Do enfrentamento à convivência: o Fórum Seca como movimento político
DOI:
https://doi.org/10.5380/dma.v55i0.73864Palavras-chave:
convivência com o semiárido, combate à seca, resistência, movimentos sociais, sociedade civilResumo
O presente artigo busca refletir sobre o paradigma da convivência com o semiárido a partir dos seus antecedentes históricos, evidenciados pelo Fórum Pernambucano de Enfrentamento à Problemática da Seca – Fórum Seca (1989-1996), enquanto projeto político mobilizatório anunciador de caminhos de resistência e luta. O Fórum Seca torna-se referência obrigatória na problematização da seca, sob a égide da discussão política, em ocasião do Ato Público de ocupação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE, em março de 1993. Analisando os desdobramentos desses movimentos, direcionamos nossas lentes para o município de Serra Talhada, semiárido de Pernambuco, como lócus privilegiado de discussões; aqui, o Fórum Seca significou muito mais do que um movimento reivindicatório de ações permanentes de enfrentamento à seca, mas o embrião de um projeto político capaz de alcançar legitimidade no interior do Estado, com a noção de convivência. Para sistematizar os argumentos, nos apoiamos na pesquisa do tipo qualitativa, baseada em análise de documentos históricos e duas entrevistas semiestruturadas e individuais, que nos conduziram ao Fórum Seca. Esta colcha de narrativas possibilitou inferir que esses movimentos de enfrentamentos têm muito a ensinar ao nosso modus vivendi, convocando-nos para a defesa de conquistas históricas.
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