Duas secas climaticamente análogas no semiárido nordestino com impactos sociais distintos
DOI:
https://doi.org/10.5380/dma.v55i0.73796Palavras-chave:
semiárido, seca, políticas públicas, agricultura familiarResumo
O período de seca que a região semiárida viveu entre 2010 e 2016 transcorreu de maneira bem distinta do que em períodos passados. Ainda que a seca fosse a mais intensa de que se tem notícia, seus impactos foram significativamente menores, sem registros de calamidades sociais. Em parte, os seus impactos sociais foram atenuados em função de uma nova concepção de resposta para o enfrentamento da seca, construída gradativamente ao longo de pouco mais de duas décadas de transformações na região. Este artigo se concentra em três campos de análise: (i) as características do campesinato que compõe a base social da região; (ii) as relações agroecológicas dos sistemas difundidos nos últimos anos; e (iii) o processo de mobilização da sociedade civil e a construção de novas políticas para o semiárido. Inicialmente, realizou-se uma comparação entre os períodos de seca com base em dados climatológicos disponibilizados pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos/INPE. A partir daí, o trabalho se valeu de metodologias participativas de diagnósticos dos sistemas e subsistemas agroecológicos que remetem à convivência com o semiárido, demonstrando a importância do seu papel na composição dos estoques e na conversão do capital natural em outros ativos para as famílias agricultoras. A multifuncionalidade e a pluriatividade do campesinato do semiárido cumpriram um papel decisivo na estabilidade dos sistemas e na segurança alimentar da família. O estudo registrou a trajetória de construção de políticas públicas em que as ideias relacionadas à convivência com o semiárido e o foco na agricultura familiar passaram a compor ações de enfrentamento da seca e promoção do desenvolvimento.
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