“Vozes da seca”: lavradores, mediadores e poder público frente à estiagem no Semiárido do Jequitinhonha mineiro
DOI:
https://doi.org/10.5380/dma.v55i0.73756Palavras-chave:
agricultura familiar, água, semiárido, programas públicos, Vale do JequitinhonhaResumo
Entre 2013 e 2019, o Vale do Jequitinhonha, nordeste de Minas Gerais, enfrentou um período crítico de estiagem, com pouca chuva, concentrada em curtos períodos. Apesar de ser uma região que convive historicamente com irregularidades de precipitação, neste período a situação foi seriamente agravada pela degradação ambiental provocada pela monocultura de eucalipto e pela exploração mineral. No campo, os efeitos da seca e da privatização dos recursos recaíram principalmente sobre agricultores familiares, que mobilizaram as comunidades rurais organizadas e as agências de mediação, como sindicatos e associações, para ter acesso a programas públicos de abastecimento de água. Este artigo analisa iniciativas, originadas principalmente de órgãos estatais, mas também da sociedade civil, de provimento de água de comunidades rurais durante o período de seca. Usando entrevistas individuais e em grupo realizadas com os diversos atores envolvidos no assunto, examinou “vozes” dos agricultores e agentes públicos para entender como agricultores familiares atravessaram o período crítico de escassez. Os resultados indicam que, apesar da dimensão climática da seca alcançar toda a sociedade, a escassez incide de maneiras desiguais sobre grupos diferentes, revelando importantes filtros sociais e políticos. Destes filtros, o mais relevante é a gestão estatal da água.
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