Geopoética do Semiárido brasileiro: a Estação Ecológica do Raso da Catarina em Arquitetura & Canção

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5380/dma.v55i0.73073

Palavras-chave:

geopoética, interpretação ambiental, arquitetura, unidades de conservação

Resumo

A Geopoética oferece uma abordagem de construção do conhecimento que é ao mesmo tempo científica, filosófica e poética, sendo um campo pertinente para alicerçar novos produtos interpretativos para as unidades de conservação (UC) federais. O estudo preliminar para uma base de apoio à pesquisa na Estação Ecológica do Raso da Catarina (região de Paulo Afonso-BA) ilustra uma postura projetual que se contrapõe à corriqueira tendência arquitetônica de implantação de edificações, que buscam se configurar como uma “marca” na paisagem. Ao contrário, agindo geopoeticamente, desejamos que a edificação venha a se materializar como uma “eclosão” das forças expressivas da Natureza daquele lugar, da paisagem que a receberá, concebendo uma edificação o mais possível integrada ao local. Tal eclosão Geopoética vai além e entrelaça a Arquitetura com poemas e canções, por serem linguagens que se complementam e se retroalimentam na tradução das paisagens do semiárido brasileiro, com o intuito de promover um encantamento social pelas nossas áreas protegidas. Fazer da Arte uma ferramenta de gestão ambiental e estruturar a promoção do encantamento como uma política pública são os caminhos sugeridos aqui para se reconciliar a sociedade contemporânea com os ambientes naturais.

 

Biografia do Autor

Francisco Fernando Livino de Carvalho, UNIRIO e ICMBIO

Arquiteto pela Universidade Federal Fluminense, é analista ambiental concursado do ICMBio(IBAMA) desde o ano de 2002. Foi por 10 anos gestor do Parque Nacional da Serra da Bocaina. Mestrando em Ecoturismo e Conservação na UNIRIO, onde desenvolve pesquisas no campo da Geopoética, com ênfase na Arquitetura e na Interpretação Ambiental. É ainda poeta, compositor e artista plástico.

Luiza Corral Martins de Oliveira Ponciano, UNIRIO

Professora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, docente permanente do Mestrado Profissional em Ecoturismo e Conservação (PPGEC), possui Doutorado e Mestrado em Geologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e Bacharelado e Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Possui experiência nas áreas de Geociências, Biociências e Museologia, com ênfase em Tafonomia de invertebrados, caracterização de tafofácies e reconstituição paleoambiental (bacias do Parnaíba, Amazonas e Paraná), Patrimônio Geológico e Paleontológico, Divulgação das Geociências, Geoética, Paleontologia Cultural, Geomitologia, Geopoética e outras interfaces entre as Geociências e as Artes. Membro correspondente do Brasil na International Subcomission on Devonian Stratigraphy associada a ICM - International Commission on Stratigraphy. Faz parte da equipe do projeto PALEOANTAR -Paleobiologia e Paleogeografia do Gondwana Sul: inter-relações entre Antártica e América do Sul, participando da coleta e pesquisa de fósseis encontrados na Ilha James Ross, na península Antártica, visando estabelecer as relações das biotas com a América do Sul. Já participou da elaboração e montagem de diversas exposições de Paleontologia no Museu Nacional/UFRJ, no Projeto Ciência Móvel do Museu da Vida/FIOCRUZ e na Oca/Parque do Ibirapuera/SP. Também trabalha com a elaboração de projetos de salvamento do patrimônio paleontológico, iniciativas de geoconservação de sítios geológicos e paleontológicos brasileiros e palestras sobre Paleontologia, Geologia e Patrimônio Geológico. Ministra as disciplinas Geologia & Paleontologia II, Paleontologia Geral, Fundamentos de Geologia e Paleontologia, Patrimônio Natural e Conservação do Patrimônio Geológico, coordena o Laboratório de Tafonomia e Paleoecologia Aplicadas - LABTAPHO e o grupo GeoTales, que tem como objetivo divulgar as Geociências por meio de performances artísticas baseadas em histórias em prosa e verso, possibilitando uma vivência dos conteúdos científicos por meio de atividades práticas, multissensoriais, interativas e lúdicas, sob a perspectiva da aprendizagem afetiva. Todos estes projetos também visam auxiliar o desenvolvimento global das pessoas, contribuindo para a constituição da sua identidade e do seu autoconhecimento, ao desenvolver o senso crítico e estético, despertar o imaginário e a reflexão sobre as relações entre as pessoas e com o planeta Terra, possibilitando uma melhor percepção dos conteúdos de Geologia e Paleontologia presentes no cotidiano, a fim de promover a conservação do Patrimônio Natural e Cultural. ORCID 0000-0001-6700-2391 Site GeoTales - http://geotalesunirio.wix.com/geotales Artigos - http://www.researchgate.net/profile/Luiza_Ponciano2 http://unirio.academia.edu/LuizaPonciano Facebook - http://www.facebook.com/labtapho https://www.facebook.com/GeoTalesUNIRIO

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Publicado

2020-12-17

Como Citar

Carvalho, F. F. L. de, & Ponciano, L. C. M. de O. (2020). Geopoética do Semiárido brasileiro: a Estação Ecológica do Raso da Catarina em Arquitetura & Canção. Desenvolvimento E Meio Ambiente, 55. https://doi.org/10.5380/dma.v55i0.73073

Edição

Seção

Sociedade e ambiente no Semiárido: controvérsias e abordagens