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Representações dos retirantes das secas do Semiárido nordestino

José Gomes Ferreira, Anna Lidiane Oliveira Paiva, Anastácia Brandão de Mélo

Resumo


As mudanças climáticas e as projeções no sentido do seu agravamento no Nordeste aumentam as preocupações quanto às repercussões no meio ambiente, na economia e na vida das comunidades. Entre os impactos sociais mais estudados destacam-se as migrações, temporárias ou permanentes, que integram os chamados refugiados climáticos. O semiárido nordestino é uma vasta região do território brasileiro historicamente exposta às condições severas do clima seco, em que longos períodos de estiagem obrigavam o sertanejo a refugiar-se em grandes cidades do litoral em busca de sobrevivência. O chamado de retirante, ou flagelado da seca, é o elemento mais fragilizado na hierarquia social e aquele que mais depressa é afetado pela ausência prolongada de chuvas na região. O artigo analisa as representações sociais dos emigrantes sertanejos por meio de bibliografia científica, mídia e literatura, buscando melhor conhecer esse fenômeno e contribuir para a resiliência das comunidades em um contexto de agravamento dos fenômenos climáticos extremos. Os resultados encontrados foram as diversas representações dos emigrantes nordestinos, o preconceito, os impactos das secas, o drama social e político, as relações de dominação, a memória de um povo e a necessidade de políticas públicas estruturantes. 

Palavras-chave


Mudança climática; refugiados climáticos; retirante; seca; semiárido

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/dma.v55i0.73031