Potencial de oleaginosas nativas no desenvolvimento de cadeias produtivas da biodiversidade brasileira

Autores

  • Oscar Zalla Sampaio Neto Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) http://orcid.org/0000-0001-9276-3467
  • Eduardo Augusto Caldas Batista Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
  • Antônio José de Almeida Meirelles Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

DOI:

https://doi.org/10.5380/dma.v54i0.71934

Palavras-chave:

recursos florestais não madeireiros, sociobiodiversidade, sustentabilidade, óleos vegetais, desenvolvimento científico e tecnológico

Resumo

Este artigo analisa e avalia os óleos da biodiversidade brasileira como potenciais indutores para o desenvolvimento de uma nova cadeia produtiva baseada nos produtos florestais não madeireiros e sua contribuição na transição para a bioeconomia. Primeiramente, o trabalho analisa dois modelos diferentes de produção, processamento e mercado de óleos vegetais, sendo um deles, o azeite de oliva na Comunidade Europeia. Este modelo indica caminhos para o aprimoramento da cadeia de valor dos óleos da biodiversidade brasileira. Em seguida, analisa-se o estado da arte do mercado brasileiro de óleos da biodiversidade e das políticas públicas de apoio à cadeia produtiva da sociobiodiversidade. Além disso, são descritas as características mercadológicas e tecnológicas das principais matérias-primas para a produção de óleos de produtos florestais não madeireiros, com destaque para os óleos da castanha-do-brasil e do babaçu. Os resultados indicam que esses óleos podem desempenhar um papel relevante para o aprimoramento da cadeia produtiva dos óleos da biodiversidade brasileira, porém identificou-se uma lacuna científica e tecnológica para o processo de extração e refino desses óleos vegetais. Esses avanços tecnológicos podem contribuir para a conservação dos biomas brasileiros, agregando valor aos produtos processados. Além dos desafios tecnológicos e de mercado para a produção de óleos da biodiversidade brasileira, a organização dessa cadeia de valor ainda exige um arcabouço institucional, legal, intersetorial e de confiança que estimule os atores a superar as atuais dificuldades da atividade extrativista. Como exemplo de quadro intersetorial, as indústrias brasileiras de higiene pessoal e farmacêutica, que conseguem uma diferenciação de mercado pela utilização de ativos vegetais como os óleos, extratos e/ou tinturas, demandam altos investimentos em PD&I e, pelas características brasileiras, ganha relevância as parcerias e alianças entre empresas, universidades e institutos de pesquisa, e pequenas empresas locais. Concluindo, o trabalho recomenda arranjos sócio produtivos que integrem cooperativas e associações de comunidades locais, universidades e institutos de pesquisa, indústrias e instituições governamentais, a fim de tornar a biodiversidade brasileira um eixo estratégico para o desenvolvimento sustentável. No nível local, esse arranjo social poderia promover unidades descentralizadas de processamento de óleos vegetais e um rótulo ecológico específico para os produtos da sociobiodiversidade brasileira.

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Publicado

2020-12-22

Como Citar

Sampaio Neto, O. Z., Batista, E. A. C., & Meirelles, A. J. de A. (2020). Potencial de oleaginosas nativas no desenvolvimento de cadeias produtivas da biodiversidade brasileira. Desenvolvimento E Meio Ambiente, 54. https://doi.org/10.5380/dma.v54i0.71934

Edição

Seção

Artigos