Plantas alimentícias e paisagens: uso e conservação no Sertão do Ubatumirim, Ubatuba, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5380/dma.v52i0.64697Palavras-chave:
caiçara, áreas protegidas, manejo plantas alimentícias, cobertura florestalResumo
O manejo de plantas alimentícias por populações tradicionais é crucial para a conservação da biodiversidade, especialmente em áreas consideradas “hotspots”, onde a biota única possui alto grau de endemismo. Discutimos aqui como, entre os fatores que contribuíram consideravelmente para a configuração da paisagem socioecológica (entre os anos de 1966 e 2011), a existência de áreas protegidas (Núcleo Picinguaba/Parque Estadual da Serra do Mar e do Parque Nacional da Bocaina) e a dinâmica de manejo para atividade agrícola da comunidade caiçara residente (caracterizada pela diversidade e pelo potencial de conservação de espécies de plantas por meio do uso contínuo) tiveram importância considerável. Partimos do pressuposto de que o uso continuado e in situ das plantas alimentícias seriam fatores-chave para a conservação da biodiversidade (alfa) de espécies arbóreas, apontando outros condutores atuantes no sistema socioecológico analisado nesta pesquisa. Os dados foram obtidos por meio da observação participante, questionários e entrevistas. Utilizamos o geoprocessamento a fim de correlacionar critérios êmicos de distinção da paisagem com aspectos fitossociológicos, de cobertura florestal e de diversidade. Todos esses fatores indicaram que esses agricultores deveriam ocupar posições importantes de participação para tomadas de decisões ligadas à conservação da biodiversidade nessas unidades de conservação.
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