Libertar para desenvolver: os grandes empreendimentos e o “des-envolvimento” na comunidade tradicional do Cumbe, Ceará, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5380/dma.v45i0.55110Palavras-chave:
desenvolvimento como liberdade, impactos socioambientais, grandes empreendimentos, comunidade quilombolaResumo
A privação das liberdades limita as escolhas e as oportunidades das pessoas, segundo Amartya Sen. Assim, a eliminação dessas privações constitui o meio de garantir o exercício do papel de agente dos indivíduos, tornando a liberdade o principal fim do desenvolvimento. A liberdade, nessa concepção, está condicionada à melhoria da alimentação, à atuação política e ao acesso à saúde, à educação e ao saneamento. Desse modo, este artigo objetivou investigar que liberdades são potencializadas, ou limitadas, com a instalação de empreendimentos eólicos e de carcinicultura em uma comunidade tradicional, quilombola e pesqueira, situada no nordeste brasileiro: a Comunidade do Cumbe/CE. Por meio de dois fieldworks e entrevistas com residentes, foram observadas restrições às liberdades comunitárias. Além disso, foram relatadas privatizações de espaços de subsistência, negligência aos aspectos de saneamento e implicação de riscos à saúde da comunidade. Destaca-se, ainda, a repressão às liberdades políticas, ilustrada em episódios nos quais a população foi coagida, intimidada e criminalizada devido ao enfrentamento das injustiças ambientais ocasionadas pelos empreendimentos. Mostra-se necessário, portanto, problematizar o tipo de desenvolvimento levado a tais comunidades, tendo em vista que este pode ilustrar o progresso econômico de grupos empresariais em detrimento dos modos de vida tradicionais, subalternizando-os e os tornando invisíveis, tal como foi diagnosticado na Comunidade do Cumbe.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os Direitos Autorais sobre trabalhos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. O conteúdo dos trabalhos publicados é de inteira responsabilidade dos autores. A DMA é um periódico de acesso aberto (open access), e adota a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Não Adaptada (CC-BY), desde janeiro de 2023. Portanto, ao serem publicados por esta Revista, os artigos são de livre uso para compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato para qualquer fim, mesmo que comercial) e adaptar (remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial). É preciso dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas.
Os conteúdos publicados pela DMA do v. 53 de 2020 ao v. 60 de 2022 são protegidos pela licença Creative Commons Atribuição – Não Comercial – Sem Derivações 4.0 Internacional.
A DMA é uma revista de acesso aberto desde a sua criação, entretanto, do v.1 de 2000 ao v. 52 de 2019, o periódico não adotava uma licença Creative Commons e, portanto, o tipo de licença não é indicado na página inicial dos artigos.