Contextualização e práticas criativas na agricultura ecológica de Ipê e Antônio Prado/RS: o biofertilizante Super Magro como objeto epistêmico
DOI:
https://doi.org/10.5380/dma.v41i0.50236Palavras-chave:
inovações, conhecimento contextual, agricultura orgânicaResumo
Este artigo analisa o processo de produção de conhecimentos e inovações em agricultura ecológica. Trata especificamente do caso do biofertilizante Super Magro, insumo desenvolvido por técnicos e agricultores ecologistas dos municípios de Ipê e Antônio Prado/RS. Para a análise, apresentamos um quadro teórico que explora: (a) o papel da prática agrícola como lócus e objeto (epistêmico) de produção de novos conhecimentos e inovações; (b) o modelo de aprendizagem e acumulação de conhecimento contextual. As informações analisadas foram coletadas através de entrevistas semi-estruturadas e de observação participante junto a técnicos e agricultores ecologistas, durante o ano de 2012. Pode-se afirmar que o processo de desenvolvimento do Super Magro deu-se a partir da prática cotidiana e da reflexão criativa de técnicos e agricultores envolvidos no desenvolvimento de uma agricultura ecológica. O processo tem início com a internalização de conhecimentos teóricos, em especial a Teoria da Trofobiose, e de algumas práticas já testadas em outras experiências de produção orgânica. E em seguida, com a contextualização, ou reconfiguração, destes aos conhecimentos e práticas dos agricultores e às necessidades dos cultivos existentes, em especial o cultivo da maçã. O fato dos agricultores ecologistas de Ipê e Antônio Prado fazerem parte de associações e de um núcleo da Rede Ecovida de Agroecologia, foi fundamental para a ativação de um intenso processo de socialização do biofertilizante Super Magro entre as famílias de agricultores ecologistas da região. Rompendo com as fronteiras locais, e diante de novas especificidades ambientais e sociais, novas reconfigurações ocorreram e novas formulações de biofertilizantes foram, e continuam sendo, propostas em diversos locais do Brasil. Pode-se concluir que, apesar da importância que este insumo possui na produção agroecológica e orgânica no Brasil, ele foi desenvolvido exclusivamente através de processos informais de produção de conhecimentos e inovações sem a participação de instituições públicas de P&D (pesquisa e desenvolvimento).
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