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Classificação dos cenários costeiros de praias da Ilha de Santa Catarina, Florianópolis – Brasil

Tatiana Crystina Rocha de Oliveira, Marinez Eymael Garcia Scherer, Giorgio Anfuso, Fabricio Basílio de Almeida, Sereno DuPrey Diederichsen, Allan Williams

Resumo


Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, apresenta uma diversidade de ambientes costeiros naturais, além de diversas intervenções humanas e potencialidades de exploração do turismo. No entanto, um uso intenso e desordenado pode acarretar a diminuição da qualidade dos ambientes costeiros, principalmente das praias. Para entender o tipo de uso das praias e sua eventual perda de qualidade e atratividade cênica, um estudo de caso foi desenvolvido em praias arenosas da costa N, NE, SE e S da Ilha de Santa Catarina. Foi utilizada a metodologia de análise do estado do cenário costeiro para identificar a atratividade cênica dessas praias. De acordo com a aplicação da metodologia de Ergin et al. (2006), uma classificação estética/cênica pôde ser atingida, sendo que suas classes, em ordem crescente (de 1 a 5), variam de praias naturais mais atraentes até as urbano-consolidadas menos atraentes. Das 25 praias estudas, apenas três (12%) foram classificadas como classe 1: Lagoinha do Leste, Naufragados e Matadeiro, ou seja, foram as únicas praias consideradas naturais, altamente atraentes e com elevados valores paisagísticos. Essas praias foram caracterizadas como trechos de orlas naturais, com atividades compatíveis com a preservação das características e funções físico-naturais. Outros 88% (22 praias) apresentaram sua paisagem natural modificada de alguma forma, concretizando trechos de orlas em processo de urbanização ou urbano-consolidados, sendo mais da metade das praias enquadrada como classe 4 (24%) e 5 (28%). Essas praias (13 no total) foram consideradas de baixa qualidade paisagística, isto é, tiveram suas paisagens avaliadas como pouco ou muito pouco atraentes, com baixo valor paisagístico e urbanizadas. Tais praias apresentam de médio a alto adensamento de construções e população residente, com paisagens modificadas pela atividade humana, multiplicidade de usos e alto potencial de poluição sanitária, estética e visual. Assim, praias com fácil acesso e intervenções humanas estão perdendo, ou já perderam, sua atratividade cênica, sendo, portanto, necessárias ações de planejamento e gestão para minimizar os danos e/ou restaurar os ambientes costeiros.

Palavras-chave


atratividade cênica; gestão de praias; serviços ecossistêmicos; turismo

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/dma.v39i0.46171