Classificação dos cenários costeiros de praias da Ilha de Santa Catarina, Florianópolis – Brasil
Resumo
Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, apresenta uma diversidade de ambientes costeiros naturais, além de diversas intervenções humanas e potencialidades de exploração do turismo. No entanto, um uso intenso e desordenado pode acarretar a diminuição da qualidade dos ambientes costeiros, principalmente das praias. Para entender o tipo de uso das praias e sua eventual perda de qualidade e atratividade cênica, um estudo de caso foi desenvolvido em praias arenosas da costa N, NE, SE e S da Ilha de Santa Catarina. Foi utilizada a metodologia de análise do estado do cenário costeiro para identificar a atratividade cênica dessas praias. De acordo com a aplicação da metodologia de Ergin et al. (2006), uma classificação estética/cênica pôde ser atingida, sendo que suas classes, em ordem crescente (de 1 a 5), variam de praias naturais mais atraentes até as urbano-consolidadas menos atraentes. Das 25 praias estudas, apenas três (12%) foram classificadas como classe 1: Lagoinha do Leste, Naufragados e Matadeiro, ou seja, foram as únicas praias consideradas naturais, altamente atraentes e com elevados valores paisagísticos. Essas praias foram caracterizadas como trechos de orlas naturais, com atividades compatíveis com a preservação das características e funções físico-naturais. Outros 88% (22 praias) apresentaram sua paisagem natural modificada de alguma forma, concretizando trechos de orlas em processo de urbanização ou urbano-consolidados, sendo mais da metade das praias enquadrada como classe 4 (24%) e 5 (28%). Essas praias (13 no total) foram consideradas de baixa qualidade paisagística, isto é, tiveram suas paisagens avaliadas como pouco ou muito pouco atraentes, com baixo valor paisagístico e urbanizadas. Tais praias apresentam de médio a alto adensamento de construções e população residente, com paisagens modificadas pela atividade humana, multiplicidade de usos e alto potencial de poluição sanitária, estética e visual. Assim, praias com fácil acesso e intervenções humanas estão perdendo, ou já perderam, sua atratividade cênica, sendo, portanto, necessárias ações de planejamento e gestão para minimizar os danos e/ou restaurar os ambientes costeiros.
Palavras-chave
atratividade cênica; gestão de praias; serviços ecossistêmicos; turismo
Texto completo:
PDFDOI: http://dx.doi.org/10.5380/dma.v39i0.46171
Desenvolvimento e Meio Ambiente. ISSN: 1518-952X, eISSN: 2176-9109

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