Não há peixe para pescar neste verão: efeitos socioambientais durante a construção de grandes barragens – o caso Belo Monte
DOI:
https://doi.org/10.5380/dma.v37i0.45595Palavras-chave:
barragem, Belo Monte, pescadores, efeitos ambientaisResumo
A maioria dos estudos de cunho socioantropológico que versa sobre os efeitos socioambientais decorrentes da construção de grandes barragens dedica-se aos fenômenos que se verificam após o barramento do rio. Neste texto, a partir de pesquisa de campo realizada no contexto de construção de Belo Monte, pretendemos evidenciar como, do ponto de vista de quem os vivencia, os efeitos socioambientais do período pré-operação não são negligenciáveis e nem meramente transitórios. Durante a construção, o fluxo de máquinas, equipamentos e pessoas destinados à construção e seu entorno incide sobre territórios e recursos naturais que são condição para a reprodução social e econômica de povos e comunidades. O conhecimento tradicional acumulado faculta a apreensão de transformações sutis no ambiente, incluindo o comportamento de peixes e demais integrantes da fauna aquática, alterações na turbidez da água, na vegetação e outras, assim como mudanças nas relações sociais, incluindo restrições ao deslocamento de pessoas e de objetos. O gradiente de sua magnitude não pode estar fora do contexto no qual ocorre. Deveria ter como unidade de medida o sentido vivido. Dos pontos de vista institucional e político, é necessário que haja reconhecimento da epistemologia de produção e reprodução do conhecimento tradicional, com canais competentes para que as avaliações produzidas a partir dele sejam igualmente consideradas.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os Direitos Autorais sobre trabalhos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. O conteúdo dos trabalhos publicados é de inteira responsabilidade dos autores. A DMA é um periódico de acesso aberto (open access), e adota a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Não Adaptada (CC-BY), desde janeiro de 2023. Portanto, ao serem publicados por esta Revista, os artigos são de livre uso para compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato para qualquer fim, mesmo que comercial) e adaptar (remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial). É preciso dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas.
Os conteúdos publicados pela DMA do v. 53 de 2020 ao v. 60 de 2022 são protegidos pela licença Creative Commons Atribuição – Não Comercial – Sem Derivações 4.0 Internacional.
A DMA é uma revista de acesso aberto desde a sua criação, entretanto, do v.1 de 2000 ao v. 52 de 2019, o periódico não adotava uma licença Creative Commons e, portanto, o tipo de licença não é indicado na página inicial dos artigos.

