“Contradições em meio à tradição”: o processo de criação da Reserva Extrativista Rio Xingu, Terra do Meio, Pará, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5380/dma.v38i0.44800Palavras-chave:
Amazônia, modos de vida, plano de manejo, populações tradicionaisResumo
Esta pesquisa objetivou analisar os processos de criação da RESEX Rio Xingu e a elaboração do seu Plano de Manejo, destacando como se deu a assimilação e repercussão desses processos pelas famílias ribeirinhas locais. A metodologia baseou-se na aplicação de entrevistas semiestruturadas, transcrição das mesmas, observação direta e participante e caminhadas nas áreas de uso das famílias. Foi optado pelo uso de narrativas devido ao fato de estas representarem com maior fidelidade a opinião e realidade vivenciada pelos interlocutores. No caso em estudo, a criação da Unidade de Conservação contribuiu para que fosse modificada a condição de usurpação das terras dos ribeirinhos por grileiros e fazendeiros, entretanto, foram verificadas dificuldades de assimilação pelos moradores da nova conjuntura estabelecida pela criação da RESEX e regras no seu Plano de Manejo, decorrentes, principalmente, da imposição de normatizações relacionadas a práticas tradicionalmente adotadas pelas famílias, o que influenciou no não cumprimento ou no sentimento do direito de não cumprir as regras estabelecidas, mudanças nas relações sociais e externalização de conflitos. Essa repercussão está atribuída, sobretudo, à rapidez com que foi conduzida a criação da área protegida, falhas no processo metodológico de construção do Plano de Manejo, ao comportamento passivo das famílias, quando consultadas, e à falta de maturação no diálogo entre os moradores da Reserva e as instituições envolvidas no processo de criação e gestão da mesma.
Downloads
Publicado
Como Citar
Licença
Os Direitos Autorais sobre trabalhos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. O conteúdo dos trabalhos publicados é de inteira responsabilidade dos autores. A DMA é um periódico de acesso aberto (open access), e adota a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Não Adaptada (CC-BY), desde janeiro de 2023. Portanto, ao serem publicados por esta Revista, os artigos são de livre uso para compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato para qualquer fim, mesmo que comercial) e adaptar (remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial). É preciso dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas.
Os conteúdos publicados pela DMA do v. 53 de 2020 ao v. 60 de 2022 são protegidos pela licença Creative Commons Atribuição – Não Comercial – Sem Derivações 4.0 Internacional.
A DMA é uma revista de acesso aberto desde a sua criação, entretanto, do v.1 de 2000 ao v. 52 de 2019, o periódico não adotava uma licença Creative Commons e, portanto, o tipo de licença não é indicado na página inicial dos artigos.

