Construção da autoctonia e proteção do ambiente na escala internacional: do conflito à cooperação?
DOI:
https://doi.org/10.5380/dma.v38i0.44429Palavras-chave:
organizações internacionais, padrões de conservação, autoctonia, justiça ambiental, ecologizaçãoResumo
Esse trabalho teve como propósito recuperar a construção e interação de duas questões relevantes, em especial no cenário internacional: a da autoctonia e a da proteção do meio ambiente. As múltiplas intersecções entre os interesses dos que propugnam o reconhecimento da autoctonia e dos que defendem a proteção do meio ambiente no mundo suscitaram a emergência de novas recomendações internacionais no que diz respeito à conservação ambiental. Apoiando-se no estudo da literatura que demonstra essas interações e na apresentação do contexto inicialmente antagônico entre autoctonia e proteção do meio ambiente, vamos mostrar que seus respectivos porta-vozes souberam ao menos entrelaçar seus discursos para ganhar maior legitimidade. Dos discursos às práticas, os atores internacionais ligados à conservação (WWF, UICN, ...) estão em busca de um novo “paradigma” por meio do qual as áreas protegidas contemporâneas promoveriam o reconhecimento das populações autóctones enquanto “aliados naturais” da defesa do meio ambiente. No entanto, este discurso tem por base uma definição ecologizada de autoctonia que ignora a questão das desigualdades sócio-históricas perpetradas contra os povos autóctones. Ao mesmo tempo, parece ocultar o fato de que a missão conservacionista pode ter historicamente gerado e ampliado estas desigualdades, mantendo silêncio ou prudência quanto à perspectiva de uma eventual reparação desta situação.
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