Desvelando discursos: insustentabilidade e poder nos agrocombustíveis
DOI:
https://doi.org/10.5380/dma.v38i0.42885Palavras-chave:
agrocombustíveis, discurso socioambiental, Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel – PNPBResumo
O artigo evidencia os interesses econômicos embutidos no discurso socioambiental dos agrocombustíveis, retratando as alianças empresariais firmadas entre grandes transnacionais do agronegócio, da biotecnologia e dos segmentos petroleiro e automobilístico. Questionando a insustentabilidade dos agrocombustíveis, discutimos sobre os fins que norteiam sua produção: os veículos automotores. Ao tecermos considerações sobre a trama geopolítica dos agrocombustíveis, recorremos às noções de “acumulação por espoliação” e “novo imperialismo”, apontando para a inserção dos países latino-americanos, caribenhos e africanos na divisão internacional do trabalho como fornecedores de matérias-primas e energia para os países ditos desenvolvidos. Para tratar do discurso social dos agrocombustíveis destacamos, em função de seu caráter emblemático, o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel – PNPB. O PNPB é um programa de produção em larga escala de biodiesel, que procura se justificar e se legitimar pela incorporação da agricultura familiar à sua cadeia produtiva, como forma de geração de renda no campo. Nesse quadro, embora o programa ressalte a participação da agricultura familiar, observa-se, no seu perfil produtivo em escala nacional, a predominância do agribusiness. Este artigo procura descontruir o discurso socioambiental hegemônico dos agrocombustíveis lançando mão da literatura pertinente, da legislação existente para o biodiesel e de dados secundários, com ênfase naqueles difundidos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP.
Downloads
Publicado
Como Citar
Licença
Os Direitos Autorais sobre trabalhos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. O conteúdo dos trabalhos publicados é de inteira responsabilidade dos autores. A DMA é um periódico de acesso aberto (open access), e adota a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Não Adaptada (CC-BY), desde janeiro de 2023. Portanto, ao serem publicados por esta Revista, os artigos são de livre uso para compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato para qualquer fim, mesmo que comercial) e adaptar (remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial). É preciso dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas.
Os conteúdos publicados pela DMA do v. 53 de 2020 ao v. 60 de 2022 são protegidos pela licença Creative Commons Atribuição – Não Comercial – Sem Derivações 4.0 Internacional.
A DMA é uma revista de acesso aberto desde a sua criação, entretanto, do v.1 de 2000 ao v. 52 de 2019, o periódico não adotava uma licença Creative Commons e, portanto, o tipo de licença não é indicado na página inicial dos artigos.

