A pesca e o manejo do berbigão (Anomalocardia brasiliana) (Bivalvia: Veneridae) na Reserva Extrativista Marinha do Pirajubaé, SC, Brasil

Autores

  • Paulo Ricardo Pezzuto Universidade do Vale do Itajaí - Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar
  • Daniel Silva e Souza Mestrado em Ciência e Tecnologia Ambiental, Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, SC

DOI:

https://doi.org/10.5380/dma.v34i0.39758

Palavras-chave:

dinâmica pesqueira, socioeconomia, pesca artesanal, Anomalocardia brasiliana, RESEX

Resumo

A Reserva Extrativista Marinha do Pirajubaé (RESEX) situa-se na zona urbana de Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina – Brasil, e tem no bivalve conhecido como berbigão (Anomalocardia brasiliana) o seu principal recurso pesqueiro. Por meio de 100 acompanhamentos diários da atividade extrativista realizados em 2005, este trabalho descreve a estrutura e a dinâmica da pesca do berbigão, apresentando o histórico de seu manejo. A captura foi realizada com a draga de mão, conhecida como “gancho”, por 22 homens e quatro mulheres, predominantemente no período matutino e sob lâminas d’água entre 20 e 50 cm. Em média, cada extrativista varreu 469,2 m2 e capturou 270,5 kg de berbigões vivos por dia de pesca, totalizando 888,6 t produzidas na RESEX em 2005. Mais de 97% dos indivíduos capturados superaram o tamanho mínimo legalmente estabelecido (20 mm de comprimento). Entretanto reduções expressivas nos comprimentos e na abundância do recurso ocorreram ao longo do tempo. A maior parte da captura foi comercializada com poucos compradores e na forma cozida e “desconchada”. As medidas de manejo atuais incluem limitações no número de extrativistas e no número de dias e horários de pesca/semana, distância mínima entre as barras de ferro do gancho, tamanho mínimo de captura, rotação espaço-temporal das áreas de pesca e o informe estatístico da produção. Apesar do grande volume de conhecimento científico e tradicional acumulado na área, e das medidas de manejo em vigor, construídas participativamente, a sustentabilidade da explotação do berbigão e da RESEX como um todo é constantemente ameaçada por fortes pressões de ordem administrativa, social, econômica, ambiental e burocrática. Neutralizar essas ameaças representa um dos principais desafios a serem enfrentados nessa importante unidade de conservação federal do Sul do Brasil.

Biografia do Autor

Paulo Ricardo Pezzuto, Universidade do Vale do Itajaí - Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar

Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar, Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), Itajaí, SC, Brasil.

Daniel Silva e Souza, Mestrado em Ciência e Tecnologia Ambiental, Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, SC

Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar, Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), Itajaí, SC, Brasil.

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Publicado

2015-08-11

Como Citar

Pezzuto, P. R., & Souza, D. S. e. (2015). A pesca e o manejo do berbigão (Anomalocardia brasiliana) (Bivalvia: Veneridae) na Reserva Extrativista Marinha do Pirajubaé, SC, Brasil. Desenvolvimento E Meio Ambiente, 34. https://doi.org/10.5380/dma.v34i0.39758

Edição

Seção

Artigos