Extensão participativa para a sustentabilidade da pesca artesanal

Autores

  • Antônio Marcos Muniz Carneiro Programa de Engenharia de Produção (COPPE), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
  • Antônio Carlos Sant'Ana Diegues Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental (PROCAM), Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil.
  • Luiz Fernando Silva Vieira Área de Proteção Ambiental (APA) de Massambaba, Instituto Estadual do Ambiente (INEA), Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.5380/dma.v32i0.35949

Palavras-chave:

pesca artesanal, conhecimentos ecológicos tradicionais, extensão pesqueira participativa, etnociência, sociocognição

Resumo

O presente artigo consiste em uma proposta metodológica de projeto de extensão pesqueira participativa, coordenado por uma equipe do Programa de Engenharia de Produção da COPPE/UFRJ com ênfase na Gestão de Recursos Naturais, para a sustentabilidade da pesca artesanal marinha em uma região litorânea da costa Sudeste do Brasil. Tal metodologia proposta é interativa e desenvolve-se recursivamente, configurando-se mediante um assessoramento dialógico. Ela pressupõe ser todo o problema de extensão complexo, tornando imprescindíveis abordagens interdisciplinares e interativas para que os processos de resoluções de problemas do setor da pesca artesanal possam ser realizados pelo compartilhamento de conhecimentos marítimos científicos e tradicionais.  Nesse sentido, sua abordagem é alternativa à concepção linear e antidialógica de extensionismo no Brasil que fora denunciada por Paulo Freire em sua obra seminal “Comunicação ou Extensão?”. Ela fundara a política de extensão pesqueira do governo brasileiro nas décadas de 60/70 do século passado cujos efeitos foram danosos aos ecossistemas costeiros, estuarinos e marinhos do país, afetando a produtividade deles e da própria pesca artesanal: rápida expansão urbana, crescimento desenfreado do turismo com desvalorização das culturas locais, localização de polos industriais, poluição, construção de estradas, falta de saneamento e outros. O objetivo deste artigo é disponibilizar um framework metodológico para projetos de extensão, apropriados à complexidade da pesca artesanal, caracterizada por intervenções multiespecíficas e associadas a padrões de regularidade dos ecossistemas marinhos cuja dinâmica possui alta incerteza com movimentos aleatórios e caóticos. Suas principais referências teóricas compreendem três perspectivas: (a) as implicações recíprocas entre teoria e prática da pesquisa-ação; (b) a essencialidade da comunicação e da linguagem nos instrumentos das metodologias participativas; (c) a gestão por processos em base comunitária de pescadores de pequena escala. Essas perspectivas, por sua vez, encontram-se fundamentadas teoricamente em dois campos de estudos interdisciplinares: a Etnociência e a Sociocognição.

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Publicado

2014-12-18

Como Citar

Carneiro, A. M. M., Diegues, A. C. S., & Vieira, L. F. S. (2014). Extensão participativa para a sustentabilidade da pesca artesanal. Desenvolvimento E Meio Ambiente, 32. https://doi.org/10.5380/dma.v32i0.35949

Edição

Seção

Fortalecendo o ecosystem stewardship na pesca artesanal