Estratégias de gestão de recursos hídricos participativa: contribuições da Política Brasileira de Recursos Hídricos para o Canadá

Autores

  • Sanderson Alberto Medeiros Leitão Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT)
  • Mary Louise McAllister Environment and Resource Studies, University of Waterloo, Canadá.

DOI:

https://doi.org/10.5380/dma.v22i0.17665

Palavras-chave:

recursos hídricos, políticas de gestão da água, meio ambiente, Brasil, Canadá

Resumo

Os tomadores de decisão canadenses vêm sofrendo pressões socioambientais crescentes, por parte dediversos setores da sociedade, para a criação de uma política nacional de gestão de recursos hídricos. OCanadá, pelo fato de não possuir tal política, encontra-se, nesse sentido, distante de outros países comoo Brasil. Este possui uma política nacional de gestão de recursos hídricos que tem como unidade de gestão a bacia hidrográfica e é baseada em princípios de decentralização e participação social, em vigorhá mais de uma década. Como o Canadá, o Brasil é uma federação de economia complexa. Essas duaspotências são líderes mundiais em disponibilidade hídrica e em produção de energia hidrelétrica. Emambos os casos, as reservas de água mais abundantes estão concentradas nas regiões ao norte dessespaíses, com baixa densidade populacional, enquanto que a maior demanda por esses recursos ocorrenas regiões onde há maior densidade populacional e maior concentração das atividades econômicas,localizadas mais ao sul e a leste, o que causa escassez de água e acarreta desigualdades socioeconômicas.Apesar dessas semelhanças, existem inúmeras diferençcas entre os dois países no que concerceàs estruturas socioeconômicas e políticas. Apresenta-se um estudo da Política Nacional de RecursosHídricos brasileira que permite indicar algumas explicações por que essa Federação pôde desenvolveruma legistação inovadora que desencadeou um progresso no gerenciamento desses recursos, uma etapaque o Canadá deve ainda alcançar. Este estudo apresenta, ainda, algumas lições e exemplos úteis decomo um Estado federativo, como o Canadá, poderia criar e implementar a sua própria política nacionalde gestão de recursos hídricos.

Biografia do Autor

Sanderson Alberto Medeiros Leitão, Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT)

Doutor em Meio Ambiente e Desenvolvimento pela Universidade Federal do Paraná (Curitiba), com 'doutorado-sanduíche' na Universidade de Waterloo, Canadá. Engenheiro especializado em recursos hídricos pela Universidade Federal de Campina Grande, com Mestrado (M.Sc.) em Saneamento Ambiental (Environmental Sanitation) na Universidade de Gent, Bélgica/ M.Sc. em Engenharia Civil, Hidráulica e Saneamento, Universidade de São Paulo (USP), Brasil.

Foi presidente, eleito por dois mandatos consecutivos, da Câmara Técnica de Educação, Capacitação, Mobilização Social e Informação em Recursos Hídricos (CTEM), do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), no qual representou o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) como Conselheiro durante quatro anos. Desde 2003 é representante do MCT, como Membro da Comissão Brasileira do Programa Hidrológico Internacional (COBRAPHI/UNESCO). Foi Coordenador do Fundo Setorial de Recursos Hídricos (CT-Hidro) no MCT.

Possui experiência nas áreas de: Gestão e Implementação de Políticas Públicas; Gestão e Políticas de Ciência e Tecnologia; Engenharia Ambiental e Sanitária, com ênfase em Recursos Hídricos; Projetos de Cooperação e Processo de Negociação Internacional; e, Articulação Institucional, Governamental e Política, atuando principalmente nos seguintes temas - C,T&I, C&T para uma produção mais limpa, C&T e a cidade, política e planejamento ambiental, desenvolvimento sustentável, gerenciamento de recursos hídricos, gestão ambiental, recursos naturais e infraestrutura. No Brasil, de 1997 a 2001, trabalhou na elaboração e implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos no Ministério do Meio Ambiente, Secretaria de Recursos Hídricos e na Agência Nacional de Águas (ANA), onde coordenou programa de uso eficiente e reúso de água.

Ainda no Brasil. foi Secretário-Executivo de uma rede de 513 ONGs que atuam na Amazônia, o Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), e foi Gerente da Cooperação Internacional do Brasil com a África, no Ministério das Relações Exteriores/ABC. Desde 2002 é Analista em C&T no Ministério da Ciência e Tecnologia, em Brasília.

É consultor internacional na área de Gestão Ambiental e de Recursos Hídricos, tendo trabalhado em vários projetos de desenvolvimento em Portugal, Canadá, Áustria, Chile, Mali, Angola e Moçambique. Em Portugal, trabalhou no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), representando-o na Comissão da União Europeia de Normatização do Uso Eficiente e Reúso de Água para aquele país.

No âmbito do seu programa de doutorado, desenvolveu pesquisa na Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e Caribe (CEPAL) em Santiago, Chile.

Fez cursos de especialização no Canadá, na França, na Suécia, no Chile, e estágio na China. É um dos Diretores da Associação Brasil-Bélgica (Abrabel). Único sul-americano indicado como um dos 14 "Next Generation Water Leaders" do mundo. Poliglota, fala 8 idiomas.

Mary Louise McAllister, Environment and Resource Studies, University of Waterloo, Canadá.

Professora do Departamento de Meio Ambiente da Universidade de Waterloo, no Canadá. Possui Ph.D., mestrado e B.A. em Ciência e Estudos Políticos. Detém longa experiência acadêmica e científica em Ciência Política, Estudos Canadenses, Meio Ambiente e Desenvolvimento. Desenvolveu diversas pesquisas em temas brasileiros, já tendo orientado, inclusive, diversos estudantes brasileiros de Ph.D. na Universidade de Waterloo.

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Publicado

2010-12-23

Como Citar

Leitão, S. A. M., & McAllister, M. L. (2010). Estratégias de gestão de recursos hídricos participativa: contribuições da Política Brasileira de Recursos Hídricos para o Canadá. Desenvolvimento E Meio Ambiente, 22. https://doi.org/10.5380/dma.v22i0.17665

Edição

Seção

Conflitos Socioambientais, Conservação e Gestão de Recursos Naturais: O Local e o Global