Gestão do ambiente e metamorfoses do Estado: a experiência francesa
DOI:
https://doi.org/10.5380/dma.v16i0.11903Palavras-chave:
gestão ambiental, Estado francês, sócio-história, management of the environment, French State, socio-historyResumo
Este artigo examina a evolução do papel do Estado na gestão do ambiente. A experiência francesa,
caracterizada por um Estado altamente centralizado, propõe aos pesquisadores uma situação onde qualquer
permanência, assim como qualquer mudança, tende a ser extrema. Assim, ela serve como um ponto
de partida para nossa análise das mudanças no papel do Estado na gestão da natureza, que era anteriormente
considerada como um recurso a ser explorado, e agora é redefinida como um ambiente a ser
protegido. Em particular, análise diacrônica nos permite apreender a dinâmica dessas mudanças sociais.
Com base numa troca interdisciplinar entre um historiador e uma socióloga, este artigo sugere que
deveríamos qualificar teorias de desaparecimento do Estado nos armando dos meios para diferenciar, na
gestão do ambiente, o que é novo e o que não é, através do destaque da capacidade para a “integração da
crítica” (integration of criticism, BOLTANSKY; CHIAPELLO, 1999) pelas instituições. O ambiente é
um instrumento de hibridização que questiona velhas dicotomias: entre natureza e cultura, entre local e
nacional, entre o particular e o geral, entre conhecimento vernáculo e conhecimento científico. Este
questionamento tende a privar a ciência e a política dos seus respectivos monopólios como representantes
da natureza e da sociedade1. Contra este pano de fundo, o Estado central se torna um gestor da
diversidade sócio-natural, o Estado tecnocrático dá uma voz ao saber-fazer local, e o Estado concede
uma certa pluralidade ao interesse público geral, do qual ele já não tem mais um monopólio tão completo.
O Estado já não é mais bem o que ele era, no seu papel e no seu funcionamento, mas o Estado
perdura. Assim, a sociedade está mudando, mas as categorias do século XX ainda não estão totalmente
obsoletas.
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