A estilística da literatura indígena brasileira: a alteridade como crítica do presente – sobre a noção de eu-nós lírico-político

Autores

  • Leno Francisco Danner Fundação Universidade Federal de Rondônia
  • Julie Dorrico Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
  • Fernando Danner Universidade Federal de Rondônia (UNIR).

DOI:

https://doi.org/10.5380/rel.v97i0.56721

Palavras-chave:

Literatura Indígena, Alteridade, Crítica do Presente

Resumo

Defendemos, nesse artigo, que a literatura indígena brasileira contemporânea possui como núcleo epistemológico-político e como estilo estético-literário o ativismo e a militância público-políticos diretos e pungentes, em sua ligação umbilical e em sua dependência profunda relativamente ao Movimento Indígena. Nesse sentido, a literatura indígena brasileira apresenta três marcas distintivas e constitutivas que lhe dinamizam nessa sua vinculação seja ao Movimento Indígena, seja em termos de esfera público-política e como práxis estética, política e normativa, a saber: (a) parte da afirmação da memória ancestral e comunitária, da autoexpressão desde a singularidade antropológica do próprio indígena; (b) com base nisso, explicita, denuncia e enfrenta pública e politicamente a condição de exclusão, de marginalização e de violência vividas e sofridas; e (c), como síntese de tudo isso, assume um sentido político-politizante, carnal e vinculado que se expressa por meio de uma voz-práxis estético-literária que funda o eu-nós lírico-político ativista, militante e engajado, comprometido diretamente com a causa indígena. Assim, argumentamos que o núcleo normativo da literatura indígena brasileira contemporânea consiste na intersecção de comunidade e indivíduo, no mútuo sustento de afirmação e atualização da memória ancestral-comunitária como singularidade antropológica, de denúncia da violência sofrida como minoria e de crítica do presente do e por parte do eu-nós lírico-político indígena. Essa é a linguagem, o estilo e a práxis da literatura indígena brasileira hodierna que marca, dinamiza e define as produções estético-literárias indígenas e a postura de seus/as intelectuais, bem como do próprio Movimento Indígena de um modo mais geral. 

Biografia do Autor

Leno Francisco Danner, Fundação Universidade Federal de Rondônia

Doutor em Filosofia (PUC-RS). Professor de Filosofia e de Sociologia na Fundação Universidade Federal de Rondônia.

Julie Dorrico, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

Doutoranda em Letras, área de concentração em Teoria da Literatura, pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

Graduada em Letras Português e Mestre em Estudos Literários pela Universidade Federal de Rondônia (UNIR).

Fernando Danner, Universidade Federal de Rondônia (UNIR).

Professor de Filosofia no Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Rondônia (UNIR).

Doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

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Publicado

2018-07-27

Como Citar

Danner, L. F., Dorrico, J., & Danner, F. (2018). A estilística da literatura indígena brasileira: a alteridade como crítica do presente – sobre a noção de eu-nós lírico-político. Revista Letras, 97. https://doi.org/10.5380/rel.v97i0.56721

Edição

Seção

Número temático (97): Retórica e Alteridade