AS ARTIMANHAS DO ESTETA-ARTÍFICE. APONTAMENTOS SOBRE A COMPOSIÇÃO D’O MUSEU NEGRO, DE ANDRÉ PIEYRE DE MANDIARGUES

Autores

  • Flávia Nascimento

DOI:

https://doi.org/10.5380/rel.v62i0.2904

Palavras-chave:

Imaginação em liberdade contra rigor formal, Imitação, artifício, simulacro, freed imagination against formal rigor, Imitation artifice, simulation, Libre imagination contre rigueur formelle, Imitation, artifice, simulacre.

Resumo

Tomando como ponto de partida a coletânea Le Musée noir (1946), de André Pieyre de Mandiargues, o presente artigo pretende demonstrar a coexistência, nesses contos, de dois imaginários distintos e, em certo sentido, até mesmo opostos; eles são resultantes da influência, sobre o autor, do surrealismo e do decadentismo. O primeiro expressa-se pela exuberância imaginativa, inspirada em mundos oníricos; o segundo, pelo gosto extremado pela artificialidade e pela imitação. Através da conjugação dessas duas tendências estéticas tão díspares, Mandiargues logra elaborar uma poética pessoal de grande originalidade, em que as livres rédeas da imaginação vêm se combinar com a severidade do rigor formal.

The artifices of the artifice-aesthete. A note on the composition of André Pieyre de Mandiargue´s Le Musée Noir

Abstract

Departing from Andre Pieyre de Mandiarguess collection Le Musée Noir (1946). this paper intends to show the coexistence of two distinct imaginary realms and, in a sense, in opposition to one another. They are the result of an influence from surrealism and decadentism. The first is expressed by an imaginative exuberance inspired by dream worlds, while the second is stimulated by an extreme taste for artificiality and irnitation. Through these two aesthetic tendencies, Mandiargues achieves a highly original personal poetic expression in which the free wings of imagination merge with the rigidities imposed by formal rigor.

Résumé

Ayant comme point de départ le recueil Le Musée noir (1946), dAndré Pieyre de Mandiargues, larticle ci-dessous présenté souhaite montrer la co-existence, au sein de ses contes, de deux imaginaires distincts et, dans une certaine mesure, opposés; ils résultent de linfluence, sur cet auteur, du surréalisme et du décadentisme. Le premier sexprime par lexubérance de limagination, inspirée des mondes oniriques ; le deuxième, par le goût extrême pour lartificialité et limitation. À travers la conjugaison de ces deux tendances esthétiques si disparates, Mandiargues réussit lélaboration dune poétique personnelle de grande originalité, dans laquelle vient sajouter, au libre cours de limagination, la sévérité de la rigueur formelle.

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Como Citar

Nascimento, F. (2004). AS ARTIMANHAS DO ESTETA-ARTÍFICE. APONTAMENTOS SOBRE A COMPOSIÇÃO D’O MUSEU NEGRO, DE ANDRÉ PIEYRE DE MANDIARGUES. Revista Letras, 62. https://doi.org/10.5380/rel.v62i0.2904

Edição

Seção

Estudos Literários