A ORDENAÇÃO DOS ADVERBIAIS MODALIZADORES EPISTÊMICOS NO PORTUGUÊS EUROPEU FALADO: UMA ABORDAGEM FUNCIONAL
DOI:
https://doi.org/10.5380/rel.v65i0.4314Palavras-chave:
adverbiais modalizadores epistêmicos, ordem, Gramática Funcional, epistemic modal adverbials, ordering, Functional GrammarResumo
Neste trabalho, o objetivo é estudar a ordenação dos adverbiais modalizadores epistêmicos (asseverativos, quase-asseverativos e delimitadores) no português europeu falado, valendo-se da Gramática Funcional (Dik, 1997) como fundamentação teórica. Na teoria da Gramática Funcional, os adverbiais modalizadores epistêmicos são denominados satélites proposicionais, os quais expressam uma avaliação do falante perante o conteúdo proposicional. Para a análise do posicionamento dos modalizadores epistêmicos no português europeu, valemo-nos dos materiais do Projeto Português Fundamental, desenvolvido pela Universidade de Lisboa (constituído de 40 inquéritos), considerando as seguintes posições (possíveis) para os adverbiais ocuparem na estrutura linear da sentença: 1 (inicial), 2, S (geralmente primeiro argumento), 3, V (predicado), 4, O (geralmente segundo argumento), 5, 6, F (final). Dos satélites epistêmicos asseverativos, 56,56% alocaram-se em posições periféricas; dos quase-asseverativos, 70,58% alocaramse nessas posições; os delimitadores posicionados na periferi a da sentença foram representados por 68,18% do total de modalizadores delimitadores. Essa preferência dos adverbiais epistêmicos por posições periféricas explica-se pelo fato de os satélites epistêmicos tomarem como escopo toda a proposição (o que se traduz, em termos funcionais, à luz do Princípio de Ordenação Icônica, proposto em Dik (1997)). O posicionamento de alguns adverbiais epistêmicos em posições intra-sentenciais, explicase em virtude da adjacência com o predicado (Princípio de Proximidade do Núcleo) e, para algumas ocorrências, em virtude da co-ocorrência dos valores prototípico e paragógico desempenhados pelo advérbio.
Downloads
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude da aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais.Para o caso de submissão de traduções, deverão ser verificados os requisitos de cessão de direitos autorais constantes da seção de Diretrizes para Autores.