Traços aspectuais do pretérito imperfeito do indicativo e do passado progressivo no português em contextos de variação
Resumo
Com base na análise de Molendijk (2005) do imparfait francês
e do passado progressivo do inglês, este estudo enfoca os
contextos de equivalência semântica do pretérito imperfeito
(IMP) e do passado progressivo (PPROG) no português brasileiro.
Assim como no estudo de Molendijk, as formas no português
apresentam especificidades, mas em alguns contextos
temporais-aspectuais, podem funcionar como variantes. Outros
estudos, como Castilho (2003) e Wachowicz (2003), sugerem
que IMP e PPROG estão ocorrendo com a mesma função
semântica no português brasileiro. Os dados analisados
apontam que a função semântica em que IMP e PPRPG
apresentam a mesma função semântica é a de situação passada
episódica em curso. Essa função toma os pontos de Reichenbach
(1947) [tempo de referência (R), tempo de fala (F) e tempo de
evento (E)], os traços aspectuais lexicais de Bertinetto (2001),
a noção aspecto verbal de Borba Costa (1997), e a relação
aspectual de inclusão/exclusão (GODOI, 1992). A função é
caracterizada pelos seguintes traços: ordenação: anterioridade
e sobreposição (tempo); inclusão do intervalo de R em E
(aspecto); número verbal: singular; traço lexical [+
duratividade]. As formas podem ser consideradas variantes
ou equivalentes semânticos quando apresentam esses traços.
Palavras-chave
Texto completo:
PDFDOI: http://dx.doi.org/10.5380/rel.v72i0.7547