Marcação diferencial do sujeito em línguas do grupo Timbira
Resumo
O presente artigo examina o fenômeno conhecido como marcação diferencial do sujeito (DSM) em línguas do grupo Timbira (família Jê, tronco Macro-Jê). O principal objetivo é investigar o estatuto gramatical das partículas de Caso {-te} e {-mã}, bem como elucidar o sistema sintático-semântico que regula o surgimento do sistema de marcação diferencial do sujeito nessas línguas. Mostramos que a partícula {-te} marca o sujeito de verbos transitivos de ação quando um verbo transitivo está no aspecto perfectivo, ao passo que a partícula de Caso dativo {-mã} marca o sujeito de verbos transitivos de estado psicológico sempre que ele apresente as propriedades semânticas [+afetado, -controle]. O Caso dativo pode ter seu uso estendido, de modo a marcar também sujeitos de verbos intransitivos psicológicos. Em suma, propomos que a emergência da marcação diferencial de sujeito em Timbira advém da distribuição sintático-semântica dessas partículas.
Palavras-chave
marcação diferencial; Caso dativo; ergatividade cindida; grupo timbira.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.5380/rel.v101i0.72338