The Education of a Prince: Vatic Satire in Horace’s Epode 16 and Virgil’s Eclogue 4
DOI:
https://doi.org/10.5380/rel.v89i1.33674Palavras-chave:
Profecias, Virgílio, Horácio,Resumo
Por dois milênios, a quarta bucólica de Virgílio tem sido lida como a anunciação do advento de um Menino maravilhoso que resolveria todos os problemas de Roma e que traria uma nova Era de Ouro. Contudo, considerando mais de perto, o poema é uma sátira clara e divertida dessas expectativas, educando a audiência, especialmente o jovem Otaviano, quanto a seu caráter ilusório. Esta leitura é motivada por uma discussão das circunstâncias históricas em torno da composição, por comentários sobre outras obras de Virgílio—Dirae, Bucólicas 1 e 9—e pela comparação com o epodo 16 de Horácio, composto por volta do mesmo período e possivelmente um esforço conscientemente similar à quarta bucólica. As semelhanças entre os dois poemas foram apontadas frequentemente, especialmente na persona 'vática' que ambos apresentam. Ninguém poderia duvidar do objetivo satírico do epodo, no qual o profeta aconselha os romanos a abandonar a cidade em busca de uma terra-do-nunca onde tudo estaria sempre bem. O poema de Virgílio apresenta uma solução diferente mas não menos improvável; ninguém demonstrou de modo convincente quem seria o Menino que ele teria em mente pela simples razão de que ele não tinha nenhum, a não ser uma fantasia profética. Os detalhes da profecia vão do quase plausível ao ridículo e extravagante: uma recapitulação acelerada de centenas de anos de história durante a vida do Menino, ovelhas cuja lã muda de cor nos campos. O poeta satiriza até mesmo suas próprias pretensões em uma passagem que proclama sua superioridade aos próprios deuses da poesia ao narrar os feitos hipotéticos do Menino hipotético. O próprio Virgílio intitula sua coleção de Saturae em um trocadilho transparente mas negável no último verso da última bucólica. Toda a discussão lança luz em Virgílio como um poeta versado não somente nos gêneros elevados que compôs mais frequentemente, mas também em comédia e sátira. além de mostrar que a quarta bucólica é mais inteligente, divertida e educativa como sátira do que do que como a profecia séria que se considerou que fosse. Acrescentamos em apêndice traduções para o inglês do Epodo 16 e da Écloga 4.
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