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O falecido Mattia Pascal: conexões entre literatura e filosofia na obra de Luigi Pirandello

Annie Tarsis Morais Figueiredo, Thiago Gomes da Silva Nunes, Maria Simone Marinho Nogueira

Resumo


O que pode haver de filosófico em um texto literário? Tomando como base a obra O falecido Mattia Pascal (1904) procura-se estabelecer uma ponte entre as considerações de Nietzsche e Heidegger, demonstrando como a literatura pode, primeiramente, resguardar uma série de problemáticas filosóficas, como também reapresentá-las sob uma ótica renovada que fomenta novo saber. A narrativa de Pirandello apresenta uma série de problemas temáticos subsequentes como ação criativa e ficcional, ciências e progresso tecnológico, liberdade e por fim o plano de fundo nadificador da existência. As temáticas não são abordadas separadamente como se nutrissem independência da linha de raciocínio central do texto, mas a jornada do protagonista Mattia Pascal, como também dos demais personagens, parece traçar uma progressiva superação das várias perspectivas durante toda a narrativa, e que acabam por fim numa grande afirmação trágica da vida. O objetivo desta pesquisa não é promover a obra Pirandello, ou mesmo tentar situá-la como um tipo de marco filosófico do século XX. O que se propõe aqui é demonstrar a partir de uma leitura interpretativa de O falecido Mattia Pascal, como um texto literário pode estar carregado de experiências que contribuem efetivamente para a formulação de concepções de vida, morte, desespero, angústia, liberdade, etc. Em suma, levanta-se a possibilidade da literatura, enquanto um ato munido de intuição e vida, ser a formulação pré-filosófica por excelência.


Palavras-chave


Literatura; Filosofia; Morte

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/rel.v89i1.31572