OS MOTIVOS: SUPORTES ESTRUTURAIS EM RUÍNAS VIVAS, ROMANCE GAÚCHO
DOI:
https://doi.org/10.5380/rel.v23i0.19667Resumo
Este trabalho visa demonstrar que na obra Ruínas Vivai, romance gaúcho, de Alcides Maya, os motivos funcionam como suportes estruturais, ligando os diversos capítulos através de recorrências e id-ias opositivas. Assim, o delírio, as histórias contadas, a casa-grande e o sonho são motivos composicionais que aparecem referenciados direta ou indiretamente em toda a narrativa, envolvendo frequentemente fatos históricos do Rio Grande do Sul e elementos de sua tradição, portanto o passado, e que se articulam num jogo oposlfivo contra o termo presente ou realidade.Em síntese, a unidade da obra se manifesta exatamente a partir de uma estrutura antitética que pode ser definida em termos de PASSADO X PRESENTE, oposição que será também a estrutura psicológica da personagem principal, Miguelito, que sonhacom a grandeza irremediavelmente perdida no passado e por isso é um inadaptado ao mundo que o rodeia.
O passado receba conotações positivas, sugerindo um vasto mundo onde a coragem e a valentia eram a tábua de valores para classificar os homens e suas ações. Já o presente, com suas imposições econômicas e sociais, propondo uma nova noçãode valores, diferentes daqueles que a tradição criou, tem conotação negativa.
E é neste descompasso que a narrativa se desenvolve, e embora a linguagem não o manifeste claramente, constata-se através da estrutura íntima da obra que do velho gaúcho, com seu heroísmo, com suas tradições que o impunham como um ser glorioso e diferenciado, nada mais resta do que ruínas vivas, prestes a desaparecer.
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Como Citar
BERNARDI, R. M. (1975). OS MOTIVOS: SUPORTES ESTRUTURAIS EM RUÍNAS VIVAS, ROMANCE GAÚCHO. Revista Letras, 23. https://doi.org/10.5380/rel.v23i0.19667
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