O desaparecimento social das diferenças nas políticas de exceção: vidas e memórias de crianças e mulheres para a reinvenção de uma educação democrática

Autores

Palavras-chave:

feminismos, infâncias, ditadura militar, democracia, educação

Resumo

A democracia tem sido tema recorrente no Brasil da última década, devido à emergência de narrativas e movimentos conservadores que interditam o debate público sobre assuntos que trazem as diferenças para o campo social, como é o caso do racismo e das violências de gênero e sexuais, além de fazerem apelos à reedição de políticas de exceção vigentes na ditadura cívicomilitar no Brasil. Desse modo, o objetivo principal deste artigo é analisar os sentidos de democracia e educação a partir de incursões no passado da ditadura militar, como forma de problematizar as políticas de exceção vigentes no Brasil do presente. Para tanto, pretende-se discutir: (1) as necropolíticas que incidiram sobre as vidas de crianças e mulheres na ditadura militar, a partir de depoimentos sobre torturas praticadas por agentes do Estado, extraídos do relatório da Comissão Nacional da Verdade, e suas relações com necropolíticas do Brasil atual que remetem ao racismo e às violências de gênero, com base em críticas às noções de proteção e desenvolvimento em seus efeitos colonizadores; e (2) o desaparecimento social como política de extermínio da memória e suas repercussões nefastas na educação. Por fim, busca-se salientar o processo devastador das diferenças, sejam de gênero, sexuais, raciais, étnicas e etárias, implementado por políticas de exceção do passado e do presente, e como uma educação democrática, que se posicione na contramão dessas políticas, pode ser resistência à barbárie.

Biografia do Autor

Raquel Gonçalves Salgado, Professora Associada do Programa de Pós-graduação em Educação e do Curso de Psicologia da Universidade Federal de Rondonópolis.

Doutora em Psicologia pela PUC-Rio. Professora Associada do Programa de Pós-graduação em Educação e do Curso de Psicologia da Universidade Federal de Rondonópolis. Os principais temas e campos de estudos e pesquisas são: infância, estudos feministas e de gênero, memórias de infância. Líder do grupo de pesquisa “Infância, Juventude e Cultura Contemporânea” (GEIJC), cadastrado no CNPq.

Leonardo Lemos de Souza, Faculdade de Ciências e Letras de Assis Universidade Estadual Paulista - Unesp

Livre docente em Psicologia do Desenvolvimento -Unesp

Doutor em Educação - Unicamp. Professor Associado no Programa de Pós-Graduação em Psicologia (Assis) e do Programa de Pós-Graduaçào em Educaçào Marília) da Universidade Estadual Paulista - Unesp

Publicado

2020-12-21

Como Citar

Gonçalves Salgado, R., & Lemos de Souza, L. (2020). O desaparecimento social das diferenças nas políticas de exceção: vidas e memórias de crianças e mulheres para a reinvenção de uma educação democrática. Educar Em Revista, 36. Recuperado de https://revistas.ufpr.br/educar/article/view/75561

Edição

Seção

Dossiê - Educação, democracia e diferença