As práticas de in/exclusão na escola e a redefinição do conhecimento escolar: implicações contemporâneas
Palavras-chave:
Inclusão, práticas pedagógicas, conhecimento escolarResumo
O texto tem como objetivo analisar as estratégias pedagógicas desenvolvidas para atender alunos anormais incluídos em escolas regulares. Para isso, analisaram-se discursos materializados em fichas de encaminhamentos e coletados em entrevistas semiestruturadas realizadas com professores e diretores de uma Rede Municipal da Região Metropolitana de Porto Alegre. Tomando como suporte teórico-metodológico o pensamento foucaultiano foi possível perceber que a inclusão escolar, quando aparece como um imperativo do nosso tempo, faz com que as formas de ser, de agir e de se comportar na escola assumam uma centralidade ímpar nos currículos a ponto de produzirem uma redefinição dos conhecimentos escolares. Aquilo que entendíamos como conhecimento escolar acaba incluindo outras dimensões, predominantemente, pautadas pelo prisma psicológico. Esse deslocamento das práticas pedagógicas pode ser visualizado pela proliferação dos atendimentos oferecidos aos alunos: psicopedagogia, psicologia, psicomotricidade, equoterapia, entre outros. As descrições sobre os alunos produzidas pelos professores não enfatizam aprendizagens vinculadas a determinadas áreas de conhecimento ou às disciplinas escolares, mas destacam, sobretudo, as formas como cada sujeito precisa aprender a operar sobre si mesmo, conduzindo suas próprias condutas num claro e evidente predomínio das técnicas de si. Sendo assim, neste artigo argumento que essas práticas pedagógicas, ao centrarem seu olhar nas formas de condução de si mesmo, acabam redefinindo os conhecimentos escolares e ligando-os inexoravelmente com conteúdos psicológicos, os quais passam a assumir a centralidade dos processos educativos.
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