A civilização escolar pelos compêndios didáticos de formação de professores

Authors

  • Carlota Boto Faculdade de Educação da USP

Keywords:

História da Educação, livros didáticos, ensino, cultura escolar, didática.

Abstract

O presente trabalho tem por finalidade averiguar aspectos concernentes ao
cotidiano escolar por sua dimensão ritual. A hipótese da educação escolar
como rito de iniciação será o foco norteador da pesquisa. Nesse sentido, os
documentos trabalhados foram variados, contemplando fundamentalmente,
para os casos de Portugal e do Brasil, livros didáticos de formação de professores.
Quando se observam os modos de ensino, constata-se a força da
estatura cultural da escola. Se a disposição de um sistema de ensino codifica
normas de agir para a estrutura da rede escolar, há aspectos, no domínio da
escola, que extrapolam as prescrições normativas dos programas oficiais
e das diretrizes que contam como ou o quê se deverá ensinar. Portanto,
é possível dizer que nem tudo que a escola faz estava previsto para que
ela o fizesse. Os compêndios dirigidos à escola primária e à formação de
professores, em sua dimensão histórica, são, por óbvio, reveladores de um
dado processo psíquico civilizador. Nesses, a palavra é dirigida à regulação
de comportamentos.

Author Biography

Carlota Boto, Faculdade de Educação da USP

Carlota Boto é professora titular da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), onde leciona Filosofia da Educação. É Bolsista Produtividade PQ2 do CNPq. Formou-se na USP, em Pedagogia (1983) e em História (1988). É mestre em História e Filosofia da Educação pela FEUSP (1990), doutora em História Social pela FFLCH/USP (1997) e livre-docente em Filosofia da Educação pela FEUSP (2011). É autora do livro "A escola do homem novo: entre o Iluminismo e a Revolução Francesa", publicado pela Editora Unesp, do livro "A escola primária como rito de passagem: ler, escrever, contar e se comportar", publicado pela Imprensa da Universidade de Coimbra, do livro “A liturgia escolar na Idade Moderna”, publicado pela Editora Papirus e do livro “Instrução pública e projeto civilizador: o século XVIII como intérprete da ciência, da infância e da escola”, publicado pela Editora Unesp. Iniciou sua carreira no magistério primário, em 1981, lecionando no Colégio São Norberto em São Paulo, onde trabalhou até o final de 1982, como regente de classes de 1ª e 2ª séries do então 1º Grau. Entre os anos de 1983 e 1986 trabalhou como professora de 4as-séries na Escola Morumbi. Nos anos de 1984 e 1985, desempenhou a função de Assessora da Coordenação Técnica, contratada como Professor III na Escola de Aplicação da USP. Em 1985, lecionou História e Filosofia da Educação para o curso de Magistério em nível de 2º- Grau do Colégio Luís de Camões. Foi docente de História da Educação na Faculdade de Ciências e Letras (FCL) da UNESP Campus de Araraquara, onde lecionou de 1987 até 2001. Foi presidente da Associação de Docentes da Unesp ADUNESP-Regional de Araraquara, entre 1990 e 1992. Integrou o Conselho Universitário da UNESP, nos anos de 1991,1992, 1995, 1996 e 1997. Entre 1999 e 2001, trabalhou na Universidade Presbiteriana Mackenzie, onde ensinou História da Educação no Programa de Mestrado em Educação, Arte e História da Cultura. Entre 2000 e 2001, foi diretora da Faculdade de Filosofia, Letras e Educação (FFLE) do Mackenzie. Desde 2002 leciona na área de Filosofia da Educação na FEUSP. Orienta, ainda, mestrado e doutorado no Programa de Pós-Graduação em Educação da FEUSP e no Programa de Pós-Graduação em Educação Escolar da FCL/UNESP-Campus de Araraquara. Integrou, como conselheira, o CONDEPHAAT entre 2000 e 2002. Integrou, ainda, o Conselho Superior da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo entre 2002 e 2011. Coordenou na FEUSP o Grupo de Estudos de Filosofia e História das Ideias Pedagógicas (GEFHIP) entre 2003 e 2013. 

Published

2018-08-15

How to Cite

Boto, C. (2018). A civilização escolar pelos compêndios didáticos de formação de professores. Educar Em Revista, 34(70), p.155–178. Retrieved from https://revistas.ufpr.br/educar/article/view/58075

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