Indagações sobre a pobreza
o que dizem as crianças matriculadas na educação infantil
DOI:
https://doi.org/10.1590/1984-0411.88542Palavras-chave:
Educação Infantil, Pesquisa com Crianças, PobrezaResumo
Este artigo provém das indagações que surgiram nos encontros com crianças de 5 e 6 anos, matriculadas em uma turma de um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI), localizado em um bairro periférico da cidade de Vitória, no Espírito Santo. Investiga o modo como as crianças compreendem a pobreza e o que (re)produzem a partir dos imaginários sociais sobre ela, ao passo que problematiza essa condição social conceituando-a como um fenômeno complexo e de múltiplas facetas. Como metodologia, adota a pesquisa participante, com a realização de rodas de conversas e a produção de desenhos pelas crianças, elementos pertinentes ao cotidiano pedagógico da Educação Infantil. Para fundamentar o debate, recorre a autores como Arroyo (2019), Sarmento (2002, 2004) e Rego e Pinzani (2014). Os resultados evidenciam que as crianças não estão alheias aos contextos empobrecidos em que vivem, anunciando como interpretam a condição de pobreza e lidam com ela. As crianças entendem que essa condição pressupõe a negação de direitos fundamentais, como direito à moradia e à alimentação, além da privação da utilização de serviços sociais básicos. Considerando que as crianças são sujeitos de conhecimentos e culturas, a escola não pode negligenciar o debate sobre a temática da pobreza na Educação Infantil, buscando superar visões moralizantes.
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