A redução da escola: a avaliação externa e o aprisionamento curricular
Resumo
O trabalho apresenta pesquisas que abordam os reflexos da avaliação
externa na organização do trabalho docente e nas práticas curriculares. A
consolidação de um sistema nacional de exames é percebida como parte dos processos que produzem a subalternidade em confronto com propostas de democratização da escola pública. Problematiza-se a concepção de qualidade verificada nas políticas oficiais que atribuem à avaliação externa o poder de melhorar as práticas de aprendizagem-ensino e as bases de definição das finalidades e processos considerados legítimos na escola e suas relações com a produção de resultados escolares desiguais que historicamente penalizam crianças dos grupos sociais subalternizados. As práticas cotidianas colocam em tensão essa relação: dos objetivos das políticas públicas, razoavelmente afirmados pelas escolas em seus projetos pedagógicos, de democratização da educação escolar, com as ações escolares em que predominam exercícios
de treinamento para as provas e propostas curriculares com objetivos padronizados e fragmentados. Os resultados aferidos pelos exames lidos à luz de perspectivas contra-hegemônicas levam à indagação desse sistema e do projeto que o sustenta.
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