Performatividade e experimentalismo: alternativas para um projeto democrático sob a perspectiva pós-fundacional
DOI:
https://doi.org/10.5380/rfdufpr.v68i3.90485Schlagworte:
Pós-fundacionalismo. Democracia. Experimentalismo. Performatividade.Abstract
Este artigo apresenta uma reflexão sobre mecanismos e condições para um regime democrático compatível com a proposição pós-fundacional segundo a qual os fundamentos da sociedade devem ser compreendidos como precários e plurais. As bases teóricas desta pesquisa são o experimentalismo democrático de Roberto Unger e a noção de performatividade descrita por Judith Butler. Propõe-se que satisfazer a proposição pós-fundacional requer um modelo de regime democrático (i) dotado de arranjos institucionais que acelerem o ritmo da política ordinária e aprofundem o alcance de suas reformas e (ii) que submeta os fundamentos de legitimação democrática a uma disputa contínua garantida pela performatividade dos corpos em aliança. A pesquisa é exploratória e baseia-se em revisão bibliográfica. Correlacionando qualitativamente os conceitos fundamentais que analisa, conclui-se que a combinação entre um arranjo institucional experimentalista e a ação política performativa, presentes nos modelos teóricos de Unger e Butler, contribui para um regime democrático adequado à exigência pós-fundacional.
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