Determinantes do momento de divulgação das demonstrações contábeis de empresas que compõem o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (IBOVESPA)
Resumo
A utilidade das informações contábeis para fins de tomada de decisão de seus usuários é uma função não somente da natureza e conteúdo da informação, mas, também, do momento no qual ela é comunicada. O presente trabalho buscou avaliar se é possível detectar algum tipo de padrão no momento de divulgação das informações contábeis no mercado brasileiro. Mais especificamente, avaliou-se a hipótese de que as “boas notícias” são antecipadas e as “más notícias” adiadas. Isso porque a literatura indica que gestores enfrentam incentivos para adiar a divulgação de notícias desfavoráveis que os permite, por exemplo, dispor de tempo para realizar negociações em termos mais favoráveis, rebaterem críticas ou mesmo reverterem a performance passada antes do anúncio vir a público (BEGLEY; FISCHER, 1998). A segunda hipótese avaliada foi a de que as empresas mais tempestivas no reporte das informações contábeis exibiriam retornos anormais acumulados superiores, baseado no pressuposto de que as empresas que divulgam seus resultados mais rapidamente, fornecem informações mais tempestivas aos investidores, tornando-as mais úteis para fins de tomada de decisão. Contrariando os resultados da literatura contábil de referência, ao adotar um nível de significância de 5%, não foram encontrados indícios estatísticos para sustentar a hipótese de divergência de médias de retornos anormais acumulados e de defasagem na divulgação de “boas” e “más notícias”. Por outro lado, ao adotar um nível de significância de 10%, foi possível concluir que existe diferença estatisticamente significativa entre a defasagem na divulgação de “boas” e “más notícias”. Quanto à segunda hipótese, verificou-se que, na amostra analisada, não existe diferença estatisticamente significativa entre a média dos retornos anormais acumulados das companhias mais tempestivas, comparativamente à média dos retornos anormais acumulados das companhias menos tempestivas.
Palavras-chave
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| PDF 47 - 66 |DOI: http://dx.doi.org/10.5380/rcc.v9i1.47940