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As relações sociedade/natureza sob a perspectiva de co-evolução

Rosana Barroso Miranda

Resumo


As políticas de conservaçao e manejo dos recursos naturais brasileiros têm sido embasadas na correspondência estreita entre a noção de sustentabilidade ecológica regulada pelas leis do mercado e a de equilíbrio a ser restaurado e mantido no funcionamento dos ecossistemas. A vinculação entre essa noção de sustentabilidade e a de equilíbrio linear do ecossistema têm gerado a idéia de proteção total à Natureza,bem como uma lógica de manejo e conservação formulada a partir de modelos biológicos de estoques em equilíbrio e em evoluçao linear, geridos pelo seu rendimento máximo sustentado. Também a noção da relação ser humano/natureza tem sido concebida a partir de uma lógica única de apropriaçao da natureza, preconizada pelo destino inevitável da sobre-exploração dos recursos manejados de forma comunal. Coibições oriundas desse paradigma têm atingido frontalmente as populações humanas estreitamentevinculadas aos ecossistemas, gerando crescentes conflitos de uso de recursos naturais, degradação ambiental progressiva, e processos de pauperizaçao e de exclusão social dessas populações. Com o intuito de fomentar reflexões sobre possibilidades alternativas de apropriação e de conservação dos recursos naturais, o presente ensaio visa apontar argumentos teóricos e estudos de caso que tratam a relação ser humano/natureza sob a perspectiva da co-evolução.

Palavras-chave


co-evolução, relações sociedade-natureza, manguezais, pesca artezanal, conflitos de uso, gestão de recursos de propriedade comum, sustentabilidade.

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/dma.v8i0.22055