A obra de Julius Platzmann (1832-1902) e a Linguística Missionária no Brasil: leitura crítica da descrição da passagem do fonema [r] a [n] na gramática de Anchieta
DOI:
https://doi.org/10.5380/rel.v108i0.89696Palavras-chave:
Gramáticas missionárias, Julius Platzmann, MetaplasmosResumo
O filólogo-linguista e naturalista alemão Karl Julius Platzmann (1832-1902) foi um dos pesquisadores responsáveis por coligir, no século XIX, um corpus de textos com itens gramaticais e lexicais que formaram a base para a pesquisa no campo da Linguística Missionária, sobre a América Latina, uma das linhas de pesquisa da disciplina de Historiografia Linguística (SWIGGERS, 2013; 2019; ZWARTJES, 2011; BATISTA, 2019). Em recente artigo, Van Hal (2020) teceu considerações sobre as “gramáticas e léxicos de missionários da primeira modernidade” (early-modern missionary grammars and dictionaries) republicadas por Platzmann e como esse corpus teve uma recepção polêmica na Europa moderna do século XIX. A polêmica cultural surgiu devido às especificidades da produção intelectual das ordens religiosas que formavam os círculos acadêmicos da América do Sul antes da secularização iluminista, entre os séculos XVI e XVIII, o que levou a Linguística moderna a marginalizar esse corpus, identificado com o Ancien Régime. A obra de Platzmann foi uma das exceções à época. Para um estudo sistemático da Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil (ANCHIETA, 1595), a tradução alemã da obra, intitulada Grammatik der Brasilianischen Sprache, mit Zugrundelegung des Anchieta (PLATZMANN, 1874) é um texto fundamental. No artigo, analisamos um excerto da gramática de Anchieta, buscando demonstrar como o trabalho de Crítica Textual com a obra, atualmente, pode ser desenvolvido tendo os textos de Platzmann como apoio. Como exemplo, selecionamos um excerto do segundo capítulo da gramática que versa sobre a passagem do fonema [r] a [n] na língua indígena.
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