O processamento morfológico de sufixos derivacionais e modificadores: uma análise de -eiro e -inho
DOI:
https://doi.org/10.5380/rel.v103i1.80338Palavras-chave:
Linguística, Morfologia, PsicolinguísticaResumo
O presente trabalho trata do processamento morfológico de sufixos rotulados como derivacionais — aqueles capazes de alterar características morfossintáticas da base e, portanto, núcleos da estrutura complexa (ex. ‑eiro) — e de sufixos modificadores, representados pelos avaliativos — que mantêm características morfossintáticas da base (ex. ‑inho), conforme Villalva (1994). Partindo do pressuposto de que há decomposição de unidades morfologicamente complexas em unidades menores no processamento de dados linguísticos no português (GARCIA, 2009; PINTO, 2017), nosso objetivo é verificar se as duas classificações apresentadas para os sufixos demandam diferentes custos de processamento. Para isso, desenvolvemos três experimentos: uma Tarefa de Associação de Palavras (TAP), uma Tarefa de Decisão Lexical (TDL) e uma Tarefa de Decisão Lexical com Priming (TDLP), as quais são compostas por estímulos formados pelos sufixos ‑eiro e ‑inho. De modo geral, os participantes da TAP demonstraram ter conhecimento dos itens linguísticos testados e atribuíram a eles, predominantemente, associações de cunho morfológico ou semântico. Em ambas as tarefas envolvendo decisão lexical (TDL e TDLP), estímulos formados por ‑inho apresentaram menores índices de acurácia e tempos de reação relativamente maiores, mas sem significância estatística em comparação aos formados por ‑eiro. Esse resultado comum parece sugerir, considerando-se o recorte experimental assumido, que a função do afixo não exerce papel no processamento das palavras em análise.
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