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Derivando o sufixo -r latino e seus alomorfes: uma descrição baseada na Morfologia Distribuída

Lydsson Agostinho Gonçalves, Paula Roberta Gabbai Armelin

Resumo


Este artigo investiga a constituição morfológica do sufixo -r da língua latina, bem como de seus alomorfes, nos diferentes contextos em que eles são encontrados. Esse morfema é comumente identificado pelas gramáticas como parte da composição da voz passiva, mas também marca outras estruturas e, assim, pode ser considerado um morfema sincrético. O trabalho se desenvolve sob o modelo teórico da Morfologia Distribuída (HALLE e MARANTZ, 1993; MARANTZ, 1997) e parte de análises argumentais como as vistas em Schäfer (2008) e Lazzarini-Cyrino (2015) para propor que esse morfema é a realização de um argumento anafórico que não conseguiu se ligar na sintaxe. Seguindo a caracterização de anáforas de Heinat (2006a, 2006b), isso o impede de ser marcado com Caso, o que, por sua vez, acarretaria uma violação do filtro do Caso (LEVIN, 2015). Via Deslocamento Local (EMBICK e NOYER, 2001), a anáfora então se move para o domínio verbal, escapando à necessidade de Caso. Esse processo, em diferentes estruturas sintáticas, promove a interpretação dos contextos em que a marca é vista. Todavia, a simples incorporação da anáfora não é capaz de gerar as formas verbais latinas, havendo uma incongruência entre as formas previstas e as reais. Aplica-se uma variedade de operações morfológicas e regras de reajuste para adequar a proposta aos dados da língua.

Palavras-chave


sincretismo passivo; Deslococamento Local; operações morfológicas

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/rel.v103i1.80337