Mulheres sob tortura: uma análise das protagonistas femininas da trilogia de Heloneida Studart
Resumo
Entre 1975 e 1981, a cearense Heloneida Studart – então radicada no Rio de Janeiro, onde era jornalista e escritora – publicou três romances aos quais ela classificou como uma trilogia da tortura: O pardal é um pássaro azul (1975); O estandarte da agonia (1981); O torturador em romaria (1986). Essa tríade de narrativas contém discussões de teor político, social, e de gênero, além de fazer o arremate entre essas três esferas, mostrando as correlações entre elas, em alguns momentos. As protagonistas femininas se destacam na trilogia, pois o desenrolar narrativo se deve, em muito, às suas ações e à sua condução dos fatos. Marina, Açucena e Dorinha são aqui analisadas no intuito de fazer ver seu peso enquanto veículos de discussão política e de gênero, e de explicitação da relação que existe entre o gênero e a participação política, entre o gênero e as possibilidades emancipadoras em determinados contextos sociais. Para formalizar essa análise, são importantes as conexões com o material teórico de Miguel e Biroli (2014), Cisne (2018), Saffioti (2013; 2015) e Beauvoir (1980). Ler literatura sob a ótica de seu tempo histórico e sob a perspectiva de autores que estudam gênero e feminismo é aqui o caminho para explicitar a importância das mulheres, personagens ficcionais ou reais, na condução histórica de um país, no que diz respeito a política, ao gênero, ao todo social.
Palavras-chave
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.5380/rel.v107i1.78092