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AS VOZES DE DENTRO DA POESIA CABRALINA

Olliver Mariano Rosa

Resumo


 

RESUMO: Neste artigo, tratamos da relação entre a performance vocal e a poesia de João Cabral de Melo Neto. A obra desse poeta é normalmente dividida em duas vertentes: uma de poesia reflexiva, destinada à leitura individual, e outra, de poesia comunicativa, afeita à leitura em voz alta. Reconsideramos essa separação com base na reflexão sobre as possibilidades de comunicação do texto poético por meio de sua execução vocal, ou vocalização. Para isso, discutimos, primeiramente, a configuração das vozes nas publicações que compõem a coletânea Morte e vida severina e outros poemas em voz alta. Depois, distinguindo o caráter exterior dessas vozes, buscamos identificar elementos para percepção e análise da voz que se manifesta na poesia cabralina como virtualidade, constituída pela materialidade sonora e pela subjetividade poética. Fazemos isso com poemas do livro Museu de tudo. Em conclusão, assinalamos que o caráter comunicativo do poema de João Cabral encontra campos de ação mais amplos quando é deslocado para o âmbito performativo da vocalização.


Palavras-chave


João Cabral de Melo Neto; Vocalização de poesia; Museu de tudo

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/rel.v102i0.72109