A antiliteratura da coisa: vidência e sensação em Clarice Lispector

Autores

  • Pamela Zacharias UFRGS

DOI:

https://doi.org/10.5380/rel.v98i0.61319

Palavras-chave:

Clarice Lispector, Gilles Deleuze, personagem-vidente

Resumo

Este artigo apresenta uma leitura dos textos de Clarice Lispector “Perdoando Deus” e “O relatório da coisa” a partir de alguns conceitos de Gilles Deleuze e de Félix Guattari, buscando aproximar o estado epifânico das personagens clariceanas do processo de visão da personagem-vidente e demonstrar como blocos sensoriais aparecem na literatura da escritora. A partir do encontro com “coisas reveladoras”, as personagens despertam para um estado apurado de percepção que lhes deixam em contato com a sensação pura, não mediada, que seria a “coisa em si”.  Através de um processo que Deleuze e Guattari chamam de “torção da língua”, a escritora subverte estruturas sintáticas e semânticas, dando a ver o invisível, fazendo da linguagem uma ferramenta do não-dito que traz à tona o acontecimento.

Biografia do Autor

Pamela Zacharias, UFRGS

Graduada em Letras pela Universidade Estadual de Campinas, possui mestrado e doutorado em Educação pela mesma universidade. Durante o doutorado realizou um estágio no exterior na faculdade de filosofia da Universidade Paris X - Université Paris Ouest - Nanterre La Défense. Atualmente realiza pós-doutorado em educação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, pesquisando relações entre a escrita de Clarice Lispector, a Filosofia e a Educação.

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Publicado

2019-11-05

Como Citar

Zacharias, P. (2019). A antiliteratura da coisa: vidência e sensação em Clarice Lispector. Revista Letras, 98. https://doi.org/10.5380/rel.v98i0.61319

Edição

Seção

Número temático: As muitas coisas de Clarice Lispector