BLANCHOT E HÖLDERLIN: IMPULSO AO ABISMO E INFIDELIDADE DIVINA

Autores

  • Jorge Luiz Viesenteiner

DOI:

https://doi.org/10.5380/rel.v67i0.5523

Palavras-chave:

Trágico, impulso ao abismo, infidelidade divina, Tragic, impulse to abyss, divine infidelity

Resumo

O objetivo desse texto é relacionar Blanchot e Hölderlin através do percurso de dois momentos do itinerário poético de Hölderlin: por um lado, os textos da juventude em que o poeta anseia por um sentimento de unidade ou conciliação entre natureza e arte, cuja unidade deve se realizar no personagem trágico, realização conciliatória que ocorre de forma trágica numa espécie de impulso ao abismo impulso à morte ; e, por outro lado, a noção de infidelidade divina que aparece na maturidade de Hölderlin a propósito da apresentação do trágico, quer dizer, uma espécie de impulso que resta ao homem apenas fidelidade à terra depois que o poeta experimenta a noite do afastamento dos deuses. O percurso do artigo é norteado pelas reflexões de Blanchot a partir de dois textos em que ele trata de modo mais sistemático a questão do trágico: A palavra sagrada de Hölderlin, publicado em A parte do fogo e O itinerário de Hölderlin que aparece em O espaço literário, textos em que, respectivamente, abordam os dois momentos distintos de Hölderlin. Assim, essa relação indica que o herói trágico de Hölderlin se faz reconhecer também nas reflexões de Blanchot sobre o poeta e sua existência trágica. Ambos são seduzidos ou pela Totalidade do pathos sagrado ou pela fidelidade incondicional à terra; seduzidos pelo impulso ao abismo ou pela Circe da infidelidade divina.

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Como Citar

Viesenteiner, J. L. (2005). BLANCHOT E HÖLDERLIN: IMPULSO AO ABISMO E INFIDELIDADE DIVINA. Revista Letras, 67. https://doi.org/10.5380/rel.v67i0.5523

Edição

Seção

Estudos Literários