O BRANCO, A DUPLICIDADE E A REPRESENTAÇÃO COMO SIGNOS DE MORTE

Autores

  • Paulo Venturelli

DOI:

https://doi.org/10.5380/rel.v66i0.5104

Palavras-chave:

Cortázar, homoerotismo, representação e morte, Cortazar, homoeroticism, representation and death

Resumo

O conto Los buenos servicios, de Julio Cortázar, é narrado do ponto de vista da senhora Francinet, que é também a personagem principal. Ela costuma trabalhar como empregada doméstica e está no fim de carreira, uma vez que suas mãos trêmulas já não lhe permitem desempenhar bem suas funções. Certa feita, é contratada pela família dos Rosay para servir numa festa. Sua tarefa será cuidar dos cães dentro de um quarto fechado. Mais tarde, os Rosay lhe pedem para representar a mãe de Bébé no velório deste. Bébé é costureiro da alta moda e fizera amizade com Francinet durante aquela festa. Nossa preocupação, neste artigo, é analisar os elementos composicionais do conto em que a duplicidade, a representação de papéis e a cor branca, além de indiciarem a morte, são recursos sutis para Cortázar introduzir a homossexualidade na narrativa. Em nenhum momento os fatos são explicitados. Apenas o grupo de Bébé, composto por rapazes, usa nomes femininos. Então, queremos buscar o sentido real dos bons serviços e de como estes ocorrem num clima de ambigüidade, quando as cenas narradas não são o que parecem ser.

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Como Citar

Venturelli, P. (2005). O BRANCO, A DUPLICIDADE E A REPRESENTAÇÃO COMO SIGNOS DE MORTE. Revista Letras, 66. https://doi.org/10.5380/rel.v66i0.5104

Edição

Seção

Dossiê Julio Cortázar