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Narrativa Ficcional, Empatia e Altruísmo

Eduardo Vicentini de Medeiros

Resumo


Parcela significativa da filosofia moral contemporânea e mesmo o senso comum argumentam que a literatura de ficção pode funcionar como instrumento de educação moral. Quando perguntamos sobre a plausibilidade dessa opinião, a explicação invariavelmente passa pelo mecanismo de projeção empática entre o leitor e os personagens da narrativa ficcional. O ato de colocar-se no lugar de um personagem é parte essencial da explicação, sugerindo que a empatia com personagens ficcionais pode produzir empatia com outros seres humanos reais, promovendo, inclusive, motivações altruístas. O artigo defende uma assimetria radical entre empatia narrativa e empatia inter pares, sugerindo, portanto, que a defesa do papel da literatura de ficção na educação moral seria mais efetiva se não depender de teorias sobre o funcionamento da empatia.


Palavras-chave


empatia, moral, ficção

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/rel.v93i1.45793