Camilo e as coisas espantosas
DOI:
https://doi.org/10.5380/rel.v87i1.31334Palavras-chave:
Camilo Castelo Branco, romance gótico, modernidadeResumo
O crime, a infâmia, o insólito – de origem sobrenatural ou não – são os elementos de base na constituição do modelo literário gótico, do qual Camilo Castelo Branco não andou longe. A esse propósito, Jacinto do Prado Coelho observa que, se depois do Livro Negro o romancista tendeu a dedicar-se à observação da realidade portuguesa, “simplificou os enredos, (…) até ao fim da sua carreira (…) há-de ceder, de vez em quando, (…) à narração de aventuras terrificantes, roubos, assassínios, perseguições e encontros surpreendentes (…).” Trata-se, nesta observação, de distinguir uma prática literária que correspondesse a uma “concepção mais elevada da sua ‘arte’” daquela voltada para a satisfação do público em seu gosto pelo folhetinesco. Neste artigo interessará discutir em que medida a incorporação daqueles elementos góticos pelo romancista ultrapassa tal compromisso com o folhetinesco – associado à fruição descompromissada – para ser um importante instrumento na reflexão acerca do lugar do literário na sociedade moderna, a que Camilo se dedicou ao longo de sua carreira.
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