NOTAS SOBRE OS ANGLICISMOS QUEIROSIANOS

Autores

  • John Austin Kerr Jr. Cornell University

DOI:

https://doi.org/10.5380/rel.v25i0.19548

Resumo

O presente artigo pretende mostrar o valor dos anglicismos que Eça de Queirós introduziu nas suas obras, enriquecendo de maneira decisiva a língua portuguesa. Apesar de tratar-se de uma contribuição valiosa, muitos estudiosos criticaram-no violentamente pela corrupção lingüística. Esta atitude foi sendo pouco a pouco substituída por uma compreensão maior sobreempréstimos e, consequentemente, sobre os anglicismos queirosianos.
Os gráficos demonstram objetivamente a freqüência e a variedade destes anglicismos e permitem tirar algumas conclusões: a) a tentativa de alguns puristas da linguagem em remover empréstimos resulta nula, visto que estes acabam incorporando-se à língua em questão; b) o uso que Eça fez dos anglicismos é relativamente limitado, contando-se apenas 311 empréstimos deste tipo; c) há uma estreita relação entre o assunto das obras e a freqüência dos anglicismos; d) a grande maioria dos anglicismos usados são substantivos ou frases nominais; e) alguns vocábulos ingleses estão em forma incorreta, mas raramente mal empregados; f ) é óbvio que os anglicismos dão um matiz especial a sua narrativa; g) muitos empréstimos ingleses usados por Eça não foram arrolados por Cândido de Figueiredo e é, portanto, aconselhável um certo cuidado ao consultar o seu trabalho.
Considerando que Eça de Queirós não somente usou empréstimos ingleses como também franceses, italianos, latinos, alemães, espanhóis e árabes, compreende-se o valor de um estudo completo sobre o assunto.

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Como Citar

Kerr Jr., J. A. (1976). NOTAS SOBRE OS ANGLICISMOS QUEIROSIANOS. Revista Letras, 25. https://doi.org/10.5380/rel.v25i0.19548

Edição

Seção

Artigos