A PRESENÇA DO SAGRADO EM VIVA O POVO BRASILEIRO
DOI:
https://doi.org/10.5380/rel.v36i0.19261Resumo
VIVA O POVO BRASILEIRO apresenta-se como o texto ideal para uma leitura de orientação sociológica, na medida que evidencia uma visão deliberadamente critica da formação da pátria brasileira. Igualmente sedutor mostra-se o estudo de caráter estrutural e formal, seja pela extensão do tempo ficcional seja pela instauração da ironia provocada pela posição do narrador e pela linguagem.
No sentido de somar e articular com essas e/ou outras propostas de leitura, parece-nos possível aplicar ao romance os princípios da teoria do historiador das religiões Mircea Eliade. O texto focaliza o choque entre uma sociedade primitiva e uma sociedade em vias de modernização.
Nossa atenção centrar-se-á nas manifestações do sagrado próprias da sociedade arcaica e na sobrevivência de procedimentos primitivos no homem civilizado. Elementos para essa análise existem em profusão: festas rituais, espaços sagrados, tempos fortes, plantas com poderes mágicos, rituais de iniciação, Irmandade secreta, transformação de tempo histórico em tempo mítico, feiticeiras, reencarnação, objetos sacralizados...
Evidentemente, não se trata de confirmar as pesquisas de Eliade com os dados de uma obra de ficção, nem de pretender uma relação consciente da parte de João Ubaldo com tais pesquisas, mas de vislumbrar alguns dos caminhos encontrados para, trabalhando com um universo ficcional que reúne concepções européias importadas, tradições africanas transplantadas e costumes autóctones desfigurados, atingir o efeito estético
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