SOBRE A SEMÂNTICA E A PRAGMÁTICA DO PERFECTIVO
Resumo
Este texto apresenta uma proposta semântico
pragmática para dar conta da nossa intuição de que eventos télicos durativos no perfectivo não veiculam semanticamente o alcance do telos, explicando por que ‘João construiu a casa, mas não terminou’ não é uma sentença contraditória. Inicialmente apresentamos a proposta para a semântica do perfectivo feita por Klein (1994), que é lida numa chave segundo a qual os eventos télicos perfectivos acarretam o alcance de seu telos. Mostramos que isso não é empiricamente o caso. Em seguida, analisamos a proposta de solução oferecida por Singh (1998). Argumentamos que sua saída leva a problemas: não há critérios linguísticos para a determinação de eventos graduais, a proposta de ambiguidade leva a uma regressão ao infinito e não capta a nossa intuição. Por fim, apresentamos a nossa proposta que lança mão de uma teoria de implicaturas conversacionais generalizadas (implicatura-I) e uma leitura mais “frouxa” da proposta de Klein, em que o perfectivo é claramente uma noção temporal, e, portanto, indeterminado quanto ao alcance do telos.
Palavras-chave
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.5380/rel.v81i0.17327