Entre macho e fêmea: santas travestidas na Antigüidade
DOI:
https://doi.org/10.5380/rel.v80i1.17226Resumo
Resumo: Em vários relatos cristãos sobre mártires e santas na Antigüidade, a figura da mulher é imaginada ou efetivamente travestida com roupas e traços masculinos. Essa passagem do gênero feminino para o gênero masculino é uma estratégia discursiva para permitir o acesso da mulher a funções, atividades e sentimentos antes vedados à condição feminina. Além disso, permite uma reflexão sobre o estatuto do gênero da mártir ou da santa que incursiona nos dois âmbitos, o que tem como resultado um gênero de vida que ultrapassa (ou mesmo transgride) as fronteiras de gênero, em que o páthos erótico não está ausente, chegando mesmo a dinamizar a constituição desse ‘transgênero’.
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