Capitu, Capitolina: da moça pobre de Matacavalos à burguesa da Glória

Autores

  • Telma Borges da Silva Universidade Estadual de Montes Claros

DOI:

https://doi.org/10.5380/rel.v78i0.15780

Palavras-chave:

Machado de Assis, Cidade Bíblica, Burguesia

Resumo

As relações entre a literatura de Machado de Assis e a Bíblia já foram amplamente estudadas pela crítica. Não parece, contudo, que haja algum trabalho que compare a trajetória de Capitu com o capítulo 16 do livro do profeta Ezequiel. Esse livro descreve as origens humildes de Jerusalém, seu apogeu, quando se torna capital do reino de Israel, e queda, quando abandona Javé e seu projeto para fazer aliança com outras nações. O objetivo deste artigo é analisar a trajetória de Capitu em D. Casmurro como um percurso alegórico análogo ao da cidade de Jerusalém. Ao frustrar os desígnios do modelo familiar burguês, sonhado por Bentinho, Capitu pode ser lida como uma personagem que fustiga o projeto burguês da sociedade carioca de então, representada pelo marido, uma vez que antes de escrever a “História dos Subúrbios”, Bento Santiago, necessariamente, precisa escrever e compreender sua própria história.

 

Biografia do Autor

Telma Borges da Silva, Universidade Estadual de Montes Claros

Professora do Departamento de Comunicação e Letras da Universidade Estadual de Montes Claros, coordenadora do Mestrado em Estudos Literários.

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Como Citar

da Silva, T. B. (2009). Capitu, Capitolina: da moça pobre de Matacavalos à burguesa da Glória. Revista Letras, 78. https://doi.org/10.5380/rel.v78i0.15780

Edição

Seção

Estudos Literários